Ao pé-da-letra
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Paciência é uma qualidade que nem todos têm e aqueles que a praticam caminham para a extinção. Não por morte física, mas sim pelas diversas mortes que o usuário deste atributo acaba por sofrer ao longo da vida.
Por mais paciente que alguém possa ser, é tremendamente nefasto estar sempre a encher balões de tolerância, pelas burradas, aselhices, asneiras e disparates alheios.
Todos esses “passares-de-pano” – vulgo, relevar de erros – são micro-organismos que minam o espírito, por mais combativo e resolvido que seja, começando a instalar-se sem causar danos, mas, com o tempo e acumulo, passam a criar condições para que os pensamentos mais sombrios e a exasperação comecem a aflorar.
Ser paciente é uma virtude, no entanto, mais do que ter paciência-de-chinês, todos devemos reconhecer que, tal como muitas outras coisas na vida, também a paciência tem limites e passá-los pode revelar-se extremamente tóxico.
EMANUEL LOMELINO
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