Caríssimo Fernando,
Sabes que a única semelhança, que detecto entre nós, reside na esquizofrenia que nos define. Tudo o resto nem cabe na mesma frase.
Pois bem, estive a reflectir e cheguei a uma conclusão definitiva (perdoa a redundância). Embora padecendo da mesma condição, ao contrário de ti, nunca tive a capacidade para me desmultiplicar e, só por essa razão, continuo a manter-me uno.
Para além disso, até na teoria do nosso deslocamento temporal comum tu levaste vantagem, uma vez que profetizaste o destino e alcance do teu acervo criativo (parabéns por isso), enquanto eu tenho de contentar-me em viver todos os dias que me restam com a certeza de que o meu lugar era num tempo que aconteceu antes mesmo de ter nascido.
Cada um com o seu fado.
Com admiração,
Emanuel Lomelino
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