domingo, 9 de junho de 2024

Diário do absurdo e aleatório 334 - Emanuel Lomelino

Imagem istockphoto

Diário do absurdo e aleatório 

334

Tive uma trabalheira desgraçada para refazer o pré-agendamento das páginas deste diário, de forma a poder encaixar este texto, no entanto, a pertinência temática obrigou ao esforço extra, para não se perder a actualidade.

À hora que escrevo estas linhas (10.50) já exerci o meu direito/dever, como cidadão eleitor, e votei em consciência.

Ao contrário de sufrágios anteriores, desta vez as mesas de voto estavam pouco concorridas e essa circunstância leva-me a tecer algumas considerações.

Se por um lado, ainda é cedo para aferir a percentagem de abstencionistas, não deixa de ser preocupante a abissal diferença de adesão comparando com as últimas eleições. Pode ser que até ao fecho das mesas de voto as coisas mudem.

Todos reconhecemos que, nas Europeias, os portugueses nunca foram muito participativos, contudo, dado o extremismo que se tem instalado na política nacional, não deixa de ser incómodo este comodismo.

Por mais que nos sintamos de mãos atadas perante a absurda incompetência e arrogância da classe política, as urnas são uma forma de mostrarmos proactividade e interesse pelos assuntos que realmente importam.

Confesso que durante muito tempo, também eu, pertenci ao grupo de abstencionistas e o meu argumento era, e talvez continue a ser, muito válido: se os políticos usam bastante a abstenção nas votações da assembleia, porque não hei de agir da mesma forma?

A resposta pode ser encarada de vários ângulos e, infelizmente, aquele que me fez voltar a usufruir do meu direito/dever, consagrado na constituição, está relacionado com o facto de não ser abastado e ter no registo dos cadernos eleitorais a única forma de desbloquear burocracias nas edilidades.

Por muito que custe admitir, os processos nas juntas de freguesia, autarquias e outras entidades públicas, só avançam tendo-se dinheiro ou comparência assídua nas eleições. De outra forma é difícil até receber licença para plantar orquídeas.

EMANUEL LOMELINO

Sem comentários:

Enviar um comentário

Toca a falar disso