LIVRO GENTILMENTE CEDIDO POR IN-FINITA
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Os cheiros me trazem claramente a alegria e a identidade familiar. Como o cheiro de cigarro da vovó no canto da boca ao meu lado, a firmeza de suas unhas vermelhas e grossas com o dedal, deslizando placidamente pelos tecidos e me passando uma segurança de que nada de mal me aconteceria.
No entanto, a lembrança mais significativa dela era o quanto parecia distraída e compenetrada ao pegar a lata de fitas e barbantes, um emaranhado de nós de fitas e barbantes. Não imagino o que a levava, em algum momento específico, a querer desatar tantos nós. Para quê? Esse registro visual e silencioso me marcou sem nunca termos falado sobre isso. Qual o sentido de tanto repetir esse gesto? O que passava pela sua cabeça?
EM - OS CAMINHOS DA CURA - ANGELA RODRIGUES - IN-FINITA
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