segunda-feira, 11 de abril de 2022

24 Setembro 2018 (excerto) - FRANCIS RAPOSO FERREIRA

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– Diz-me uma coisa, se entenderes que deves responder, eu fui o teu primeiro caso após a morte do teu marido?
Lourenço arrepende-se imediatamente de tal pergunta, um assunto tão íntimo que não lhe deveria ter tocado. Mel apercebe-se da atrapalhação dele, afaga-lhe o rosto, deposita-lhe um beijo nos lábios e diz-lhe que sim, ele foi e é o seu único caso após Diamantino, acrescentando que também nunca ousara trair o marido, mais por medo que por falta de desejo em o fazer.
Lourenço, não se conseguindo conter por mais tempo, agarra-lhe no rosto, com ambas as mãos, baixa um pouco a cabeça e beija-a em plenos lábios, ao que ela responde na plenitude dos seus desejos:
– É engraçado, estava aqui a pensar para mim que talvez devesse pedir-te o contacto dessa tua psicóloga, mas acho que já não preciso, tu, se aceitares, serás a minha psicóloga, embora te avise desde já, que não te poderei pagar os devidos honorários. Só há uma coisa que me deixa preocupado. Disseste que essa tua psicóloga te terá dito que o mais normal é as primeiras relações após processos como os nossos, não resultarem, ora ao que me dizes, eu sou o teu primeiro caso, sucedendo que também tu és o meu primeiro caso após o divórcio, embora confesse que, ao contrário de ti, nem sempre fui fiel à minha mulher. Sinto medo de te perder. É verdade, pode até parecer um disparate da minha parte, pois só nos encontrámos duas vezes, mas sinto medo.
– Quanto aos honorários, não precisas de te preocupar, pagas-me com carinho, meiguice, atenção e paciência para as minhas pancadas. Em relação ao futuro, acho que seremos nós a ter de decidir o que queremos dele, sendo certo que há um aspecto que joga a nosso favor, não nos conhecíamos de parte alguma, portanto nem eu sabia a tua história de vida, nem tu sabias a minha, encontrámo-nos porque o destino assim o quis e voltámos a encontrar-nos porque assim quisemos.

EM - DIÁRIO DE MEL - FRANCIS RAPOSO FERREIRA - IN-FINITA

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