Lomelinices
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A generalidade das pessoas confunde conhecimento com inteligência, mas este equívoco pode ser desfeito achando a relação entre ambos.
O conhecimento é acúmulo de saber. A inteligência é o entendimento prático do que se sabe e, após a primeira aplicabilidade desse saber, deixa de ser inteligência, passando a fazer parte do acúmulo de conhecimento.
Para melhor entendimento façamos este exercício: Temos uma criança pequena e um interruptor. Com o tempo ela vai saber que aquele objecto tem um nome, uma função, e que ela (criança) pode interagir com ele (objecto). Até aqui ela apenas tem conhecimento. A inteligência só aparece quando ela colocar em prática esse conhecimento e, através do interruptor, iluminar a sala escura.
No entanto, essa demonstração de inteligência não se repete, porque a repetição deriva do acúmulo de saber e já não de um acto de inteligência. Por mais vezes que a criança ligue ou desligue o interruptor, esse acto já não é de inteligência, mas sim de conhecimento porque, por experiência própria, já sabe o que acontece em cada um dos momentos.
Assim, podemos concluir que o conhecimento é uma condição evolutiva (porque há acréscimo de saber), enquanto a inteligência é uma condição momentânea (porque a demonstração de inteligência só tem uma aplicabilidade por cada saber).
Conhecimento e inteligência são dois conceitos que não podem ser confundidos, mas dependem, isso sim, um do outro.
A este meu texto, que agora reedito e acrescento o presente parágrafo, aplica-se a lei do paradoxo porque existe quem tenha vasto conhecimento sendo pouco inteligente e quem sendo inteligente tenha escasso conhecimento.
EMANUEL LOMELINO
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