LIVRO GENTILMENTE CEDIDO POR IN-FINITA
Conheçam a In-Finita neste link
Enfrentou o branco da porta do frigorífico, durante uns segundos. O seu olhar deteve-se num magneto, ao nível dos seus olhos, como se ali estivesse com o firme propósito de ser lido. E relembrado. E, assim, sempre acontecia… depois, arrefeceu a memória, com a porta já aberta e cristalizou a humidade líquida do tempo ido.
De dentro daquele armário frio, saíram garrafas, limas e gelo que iriam presentear um tempo recém-chegado.
Enfrentou, de novo, a porta agora fechada do electrodoméstico mais usado em casa. Por breves momentos, sorriu como se sorrisse para quem lhe tinha oferecido o íman, pousou tudo na mesa que, pacientemente, esperava e passou à acção.
Preparou bebidas, juntou aperitivos, provou aqui, depenicou ali, ornamentou um tabuleiro com modos de aprendiz de feiticeiro, deitou um último olhar ao símbolo agarrado ao frigorífico e seguiu para a sala.
– És um batoteiro! – afirmava um dos convivas presentes.
– Eu?!! – questionava outro, com o ar mais cândido do Universo, mas que se desfazia numa lauta gargalhada que a todos contagiava e que iria repetir-se pelo estender de mais um entardecer em família.
EM - CONTOS E CRÓNICAS (IN)TEMPORAIS - VÍTOR COSTEIRA - IN-FINITA
Sem comentários:
Enviar um comentário
Toca a falar disso