LIVRO GENTILMENTE CEDIDO POR IN-FINITA
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A brisa cheira a pedra e sal. O vento sopra sem pedir licença
às narinas feridas. O nariz chorou noite adentro. A mudança
de ares começaria a fazer efeito? Não levou os costumeiros
cigarros. Apenas com o que cobrir as partes íntimas e as
mãos livres, afinal dadas a quem conhecia há apenas um par
de meses. Foram ao lugar onde o vai e vem oco das ondas
embala o sono, onde os mortos jaziam à beira-mar, e Simão,
vizinho deles, cozinha para si mesmo. Filmado, o pescador
continuou trançando as palhas, com único luxo: o fogão a
lenha onde as brasas queimam sobre as ruínas da Igreja de
Pedras Ternas. Há anos não mais de pé, tombadas por trás
do cemitério.
EM - A QUALQUER HORA DA NOITE - GEÓRGIA ALVES - IN-FINITA
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