sexta-feira, 28 de junho de 2024

A qualquer hora da noite (excerto 24) - Geórgia Alves

LIVRO GENTILMENTE CEDIDO POR IN-FINITA
Conheçam a In-Finita neste link

A brisa cheira a pedra e sal. O vento sopra sem pedir licença às narinas feridas. O nariz chorou noite adentro. A mudança de ares começaria a fazer efeito? Não levou os costumeiros cigarros. Apenas com o que cobrir as partes íntimas e as mãos livres, afinal dadas a quem conhecia há apenas um par de meses. Foram ao lugar onde o vai e vem oco das ondas embala o sono, onde os mortos jaziam à beira-mar, e Simão, vizinho deles, cozinha para si mesmo. Filmado, o pescador continuou trançando as palhas, com único luxo: o fogão a lenha onde as brasas queimam sobre as ruínas da Igreja de Pedras Ternas. Há anos não mais de pé, tombadas por trás do cemitério. 

EM - A QUALQUER HORA DA NOITE - GEÓRGIA ALVES - IN-FINITA

Sem comentários:

Enviar um comentário

Toca a falar disso