LIVRO GENTILMENTE CEDIDO POR IN-FINITA
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Decido pisar os meus passos, de novo, pela última vez, como se fosse dono do meu eterno caminhar, sendo ele eterno enquanto eu dele me lembrar, e também soubesse que jamais aqui voltarei. Mas decido, neste momento, que sim e que… não. Subirei e não mais aqui tornarei a subir! Mas ainda terei que descer. Então, subo.
Caminho sobre pedras e areia. Tropeço nos mesmos pontos onde sempre tropecei, mas não desvio o olhar da casa isolada que vai desvendando a sua presença ao meu olhar. Paro, sem me aperceber por que razão o faço. Autómato e operador deste equipamento, o meu corpo, que não controlo totalmente. Apenas olho para a casa. De mim, nada sai, para além do meu olhar; dela, tudo entra de rompante em mim, violenta e doce, inesperadamente, na espera daquilo que não sabia se receberia, pois não tinha a certeza da sua ainda existência, pois desconhecia que a deixaria invadir-me deste modo! Também ela é a mesma. Semblante triste e abandonado, na espera eterna por alguém que dela se sentisse ela, numa simbiose que nunca tive capacidade, antes, para permitir acontecer. Uma porta e uma janela. Era assim que me lembrava dela e ela não me desiludiu: é assim que ela é e que sempre foi.
EM - CONTOS E CRÓNICAS (IN)TEMPORAIS - VÍTOR COSTEIRA - IN-FINITA
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