sábado, 2 de abril de 2022

Meninos do bairro (excerto 3) - LUÍS VASCONCELOS

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E como era tão bom, nós, os putos, chegarmos ao fim do dia completamente exaustos e suados. O tempo para todos nós era como se não existisse. Sabíamos apenas que no dia seguinte voltaríamos a encontrar-nos para brincar. O futuro acabava ali! O passado ficara para trás, e o presente era vivido com uma intensidade plena e única, de uma forma tão leve e despreocupada, que não havia tempo para pensar em mais nada! Aquelas coisas que divertem tanto os adultos, como por exemplo: o ódio, a inveja, o rancor, a vingança, o poder, o dinheiro, fácil, sujo, a ambição desmedida, sem escrúpulos, a ganância ilimitada, a corrupção! Ou então simplesmente a responsabilidade de ter que garantir um teto para morar e pão em cima da mesa, passavam-nos completamente ao lado, não sei se feliz, ou infelizmente! Coisas de gente adulta! A nós, os putos, dava-nos mais gozo uns jogos de mesa, tipo “Monopólio”, “Estratégia”, “Risco”, “Subuteo”, “Sueca”, “cames”, etc. Não posso dizer que não havia batota, ou pelo menos tentativa dela, mas os prejuízos ficavam por aí, nada mais. Nenhum de nós queria magoar ou maltratar a sério os outros.

EM - NINHO DE CUCOS - LUÍS VASCONCELOS - IN-FINITA

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