Agradecemos à autora LUCIANE COUTO pela disponibilidade em responder ao nosso questionário
1 - Qual a sua
percepção para essa pandemia mundial?
A pandemia, ao meu ver, vem
evidenciar todas as mudanças essenciais que o ser humano deveria fazer e vem
adiando. Continuará adiando?
2 - Enquanto autora, esse momento
afetou o seu processo produtivo? Em tempos de quarentena, está menos ou
mais inspirada?
Afetou positivamente! Adaptei-me
muito bem ao teletrabalho, primeiro porque amo estar em casa (quando não estou
viajando, sou muito caseira) e sempre busquei ter uma casa cercada (sem
excessos) do que me faz feliz, além de bem organizada. Então, meu lar é
um ambiente que me proporciona bem-estar e leveza. E, segundo, porque em casa
consigo trabalhar sem interrupções e distrações. Como sempre busquei respeitar
meus limites, não me imponho cargas extras de trabalho (eu tenho ouvido muitos
se queixarem sobre isso na quarentena) e nem sou de procrastinar. O resultado é
mais inspiração, com certeza.
3 - Quando isso passar, qual a
lição que ficou?
A vida sempre oferta oportunidades
de nos aperfeiçoarmos e reinventarmos, mas nem todos aproveitam bem tais
oportunidades.
4 - Os movimentos de integração da
mulher, influenciam no seu cotidiano?
Com certeza. Trabalhei muitos anos
na área social e ainda hoje colho os frutos dessa experiência, sobretudo no
tocante as discussões sobre os desafios da mulher na nossa sociedade. E,
atualmente, tem surgido mais oportunidades para eu levar meu trabalho para mais
perto de grupos com foco no feminino.
5 - Como você faz para divulgar os
seus escritos ou a sua obra? Percebe retorno nas suas ações?
Sinceramente, não creio ser uma boa
divulgadora do meu próprio trabalho. Mas, de uma forma certamente ainda tímida,
tenho usado redes sociais e aplicativos para levar minha poesia e escrita
a mais pessoas, sobretudo nesse momento onde tantos demandam alento. E onde
minha poesia é convidada a estar, eu vou. Acredito que o que tenho feito traz
retornos que, muitas vezes, me surpreendem, porque o faço mais pelo amor à
escrita do que esperando vendas ou retornos financeiros.
6 - Quais os pontos positivos e
negativos do universo da escrita para a mulher?
Como positivo vejo as vozes dadas a
quem, por muito tempo, esteve calada e o potencial de união para enfrentarmos
as durezas da realidade. Negativos são todos os desafios que nós mulheres
enfrentamos para nos destacarmos profissionalmente, e não só na literatura,
obviamente.
7 - O que pretende alcançar
enquanto autora? Cite um projeto a curto prazo e um a longo prazo.
Enquanto autora, quero continuar
tocando almas com minha escrita. Iniciei um projeto chamado "Correio
Terapêutico", onde envio cartas com dicas de autocuidado, inicialmente
para os profissionais da área de segurança do setor onde atuo atualmente como
psicoterapeuta. A longo prazo, pretendo retomar minhas oficinas "Poesia
Terapêutica" e publicar mais dos meus escritos.
8 - Quais os temas que gostaria que
fossem discutidos nos Encontros Mulherio das Letras em Portugal?
Temas que tratassem mais de
soluções do que de problemas. Histórias de superação, resiliência e
criatividade.
9 - Sugira uma autora e um livro
que lhe inspira ou influencia na escrita.
Adélia Prado foi amor à primeira
leitura. Mineira, como eu, a escritora trata com belas delicadezas o cotidiano
doméstico e a mulher. Quanto a um livro que me inspira, difícil escolher entre
tantos... Mas hoje elejo: "Sob o sol da Toscana", de Frances Mayes,
pois a autora, com suas descrições deliciosas, me faz viajar sem sair de casa.
Amo viajar e é uma das coisas que mais me falta no período de confinamento.
E viajar muito inspira minha escrita.
10 - Qual a pergunta que gostaria
que lhe fizessem? E como responderia?
Gostaria que alguém me
perguntasse:
- Se você fosse um poema, qual
seria?
E eu responderia:
- "Impressionista", de
Adélia Prado.
Sem comentários:
Enviar um comentário
Toca a falar disso