sexta-feira, 8 de maio de 2020

DEZ PERGUNTAS MULHERIO DAS LETRAS PORTUGAL - LUCIANE COUTO


Agradecemos à autora LUCIANE COUTO pela disponibilidade em responder ao nosso questionário

1 - Qual a sua percepção para essa pandemia mundial?

A pandemia, ao meu ver, vem evidenciar todas as mudanças essenciais que o ser humano deveria fazer e vem adiando. Continuará adiando?

2 - Enquanto autora, esse momento afetou o seu  processo produtivo? Em tempos de quarentena, está menos ou mais inspirada?

Afetou positivamente! Adaptei-me muito bem ao teletrabalho, primeiro porque amo estar em casa (quando não estou viajando, sou muito caseira) e sempre busquei ter uma casa cercada (sem excessos) do que me faz feliz,  além de bem organizada. Então, meu lar é um ambiente que me proporciona bem-estar e leveza. E, segundo, porque em casa consigo trabalhar sem interrupções e distrações. Como sempre busquei respeitar meus limites, não me imponho cargas extras de trabalho (eu tenho ouvido muitos se queixarem sobre isso na quarentena) e nem sou de procrastinar. O resultado é mais inspiração, com certeza. 

3 - Quando isso passar, qual a lição que ficou?

A vida sempre oferta oportunidades de nos aperfeiçoarmos e reinventarmos, mas nem todos aproveitam bem tais oportunidades.

4 - Os movimentos de integração da mulher, influenciam no seu cotidiano?

Com certeza. Trabalhei muitos anos na área social e ainda hoje colho os frutos dessa experiência, sobretudo no tocante as discussões sobre os desafios da mulher na nossa sociedade. E, atualmente, tem surgido mais oportunidades para eu levar meu trabalho para mais perto de grupos com foco no feminino.

5 - Como você faz para divulgar os seus escritos ou a sua obra? Percebe retorno nas suas ações?

Sinceramente, não creio ser uma boa divulgadora do meu próprio trabalho. Mas, de uma forma certamente ainda tímida, tenho usado redes sociais e aplicativos para levar minha poesia e escrita a mais pessoas, sobretudo nesse momento onde tantos demandam alento. E onde minha poesia é convidada a estar, eu vou. Acredito que o que tenho feito traz retornos que, muitas vezes, me surpreendem, porque o faço mais pelo amor à escrita do que esperando vendas ou retornos financeiros.

6 - Quais os pontos positivos e negativos do universo da escrita para a mulher?

Como positivo vejo as vozes dadas a quem, por muito tempo, esteve calada e o potencial de união para enfrentarmos as durezas da realidade. Negativos são todos os desafios que nós mulheres enfrentamos para nos destacarmos profissionalmente, e não só na literatura, obviamente. 

7 - O que pretende alcançar enquanto autora? Cite um projeto a curto prazo e um a longo prazo.

Enquanto autora, quero continuar tocando almas com minha escrita. Iniciei um projeto chamado "Correio Terapêutico", onde envio cartas com dicas de autocuidado, inicialmente para os profissionais da área de segurança do setor onde atuo atualmente como psicoterapeuta. A longo prazo, pretendo retomar minhas oficinas "Poesia Terapêutica" e publicar mais dos meus escritos.

8 - Quais os temas que gostaria que fossem discutidos nos Encontros Mulherio das Letras em Portugal?

Temas que tratassem mais de soluções do que de problemas. Histórias de superação, resiliência e criatividade.

9 - Sugira uma autora e um livro que lhe inspira ou influencia na escrita.

Adélia Prado foi amor à primeira leitura. Mineira, como eu, a escritora trata com belas delicadezas o cotidiano doméstico e a mulher. Quanto a um livro que me inspira, difícil escolher entre tantos... Mas hoje elejo: "Sob o sol da Toscana", de Frances Mayes, pois a autora, com suas descrições deliciosas, me faz viajar sem sair de casa. Amo viajar e é uma das coisas que mais me falta no período de confinamento. E viajar muito inspira minha escrita.

10 - Qual a pergunta que gostaria que lhe fizessem? E como responderia?

Gostaria que alguém me perguntasse: 
- Se você fosse um poema, qual seria?
E eu responderia:
- "Impressionista", de Adélia Prado.

Sem comentários:

Enviar um comentário

Toca a falar disso