COM A ALMA NA BOCA
Portugal é um país de poetas, afirmação que não admira
ninguém. Temos ao longo da história da literatura portuguesa nomes que se
destacaram pela sua genialidade, pela sua beleza estética, pelas suas enormes
obras que marcaram todas as épocas e todos os estilos literários.
Poderia enumerar muitos nomes, destaco apenas e para
frisar algumas correntes literárias; Bernadim Ribeiro, Luis de Camões, Almeida
Garrett, Florbela Espanca e o nosso poeta de todos os tempos, Fernando Pessoa.
Na poesia contemporânea temos de nos orgulhar de
poetas de grande valor, tais como; Mia Couto, Casimiro de Brito, Sophia de
Mello Breyner, Joaquim Pessoa, Maria do Rosário Pedreira, etc. Escritores e
poetas de língua portuguesa e da lusofonia.
São estes e outros, não posso evocar aqui todos
quantos me lembro agora, que levam a nossa língua, a nossa cultura, os nossos
usos e costumes, além fronteiras. São a nossa voz, a nossa língua, a nossa
alma... A língua portuguesa torna-se assim um espaço sem limites onde se cruzam
várias culturas em diferentes latitudes.
Nos tempos modernos e com a proliferação dos sites
sociais, blogs e espaços de poesia e literatura on-line, temos vindo a observar
um número crescente de escritores, poetas ou apenas autores das suas próprias vivências,
dos seus estados de alma.
Alguns escrevem bem, muito bem mesmo, outros menos
bem, mas todos têm em comum esta vontade de partilhar vivências, emoções,
estados d'alma...
Em todos os tempos se escreveu, a diferença é que
agora as ferramentas e os meios de divulgação estão ao alcance de todos. Agora
são poucos os que deixam os seus rascunhos, escritos, fechados em alguma gaveta
de casa, às vezes esquecidos...
O povo português tem a alma na boca... o povo
português emociona-se com facilidade, vive intensamente os seus amores e
desamores, irrita-se, grita, chora, e é também o povo mais altruísta e
empreendedor que conheço.
E é por isto tudo que a poesia contemporânea dos
jovens poetas tem vida, tem lágrimas, tem raiva, tem amor.
O sentimento está impregnado em todas as palavras, o
amor à terra, à natureza, às coisas simples.
A poesia destes jovens poetas é uma poesia de vida, de
dádiva, de mortes e renascimentos, de desconstrução e construção de si mesmos.
Ter a alma na boca é ter esta enorme capacidade de
transformar os dias, sejam eles de sol ou de chuva, de alegrias ou de dores,
mas transformar em palavras as inconstâncias da alma humana, e é por isso que
há sempre alguém que se identifica, que se comove, que vibra com a nova vaga de
"poetas" ou autores.
SÃO GONÇALVES
Gostei muito de ler esta opinião "além-fronteiras" (que já as não há, pelo menos por aqui... julgo), da São Gonçalves.
ResponderEliminarMais um bom pedaço para preencher (em vida e em palavras) este blogue.
Um beijinho para a São e um abraço para o Emanuel.
Poeta! Acho que também é importante saber o que pensam os nossos que estão lá fora.
EliminarObrigado pela visita e pelo comentário!
Forte abraço
Gostei de ler São, como bem dizes Portugal é um país de poetas de alma fugidia e os que estão longe da pátria acabam por ser almas levitando na saudade, pois é na saudade que a poesia acontece com mais intensidade.
ResponderEliminarAntónia! Obrigado pela visita e pelo comentário.
EliminarBeijo.
Os novos autores que marcam uma passagem com as emoções partilhadas. E onde também o longe se torna perto e as partilhas passam das palavras a gestos de amizade. Ler, escrever partilhar soltar a alma é hoje mais fácil com as novas tecnologias...mais fácil para o bem e o mal...e como creio sempre no bem, digo que ainda bem que assim é, pois tive o prazer de conhecer esta autora e grande amiga, onde as palavras são genuínas e os sentires muito fortes.
ResponderEliminarNa distância é uma presença; como autora que leva para lá de Portugal a escrita e traz a nós a sua presença com alma e coração nas mãos.
Beijinhos aos dois
(nem vale a pena dizer que adorei o que li)
Ana! Obrigado pela visita e pelo comentário!
EliminarBeijo.
Parabéns São, pelo que escreves, enaltecendo os "grandes", valorizando os atuais e dando voz aos que "já não guardam os seus escritos em gavetas"...
ResponderEliminarBjinho :)
Obrigado pela visita e comentário!
EliminarObrigada Emanuel,foi um privilégio poder participar neste teu blog com o meu modesto contributo.
ResponderEliminarEstarei aqui quando assim achares pertinente...da proxima diz-me um tema.Beijinhos e obrigada
Nesta nova fase do blogue, ainda sem a visibilidade desejada, fico muito grato pela vossa aceitação em colaborar. Este espaço está sempre aberto a receber o contributo de quem, como eu, quer falar sobre literatura. Havendo mais opiniões a dar é só mandar!
EliminarObrigado pelo texto! Venham mais!
Beijo.
Obrigada Antonio...o que é que não Há? Fronterias,ou , opiniões da São????
ResponderEliminarNão Ando tanto pela net neste momento,e o tempo não dá para tudo,vou lendo e acompanhando quando posso.
Obrigada por ter gostado.
Beijinhos ai para casa.
Antonia,muito obrigada...A saudade é realmente um encentivo e uma grande inspiração na poesia...é uma dor pequenina que nos invade o espirito de vez em quando...e transformada em palavras é muito bela.
ResponderEliminarBeijinhos.
Obrigada Ana,os meios de divulgação on-line aproximam muitas pessoas de diversas latitudes,algumas que parecem que se conheceram desde sempre.A poesia da vida ,é a nossa poesia que apenas chega onde deve chegar.....
ResponderEliminarBeijinhos
Obrigada Odete,fico feliz por teres gostado da maneira como desenvolvi o texto....beijos.
ResponderEliminarIsabel Silva Gostei muito da sua exposição sobre a alma poética dos portugueses, seres pensantes e sentimentais, a sensibilidade corre nas veias do sistema emocional. A vontade em partilhar vivências, com mais ou menos cor, libertar o grito enclausurado, que tal como um passarinho preso na gaiola, quando vê os outros de sua espécie fazendo acrobacias no céu, bate as suas asinhas e tenta fazer o mesmo que os outros, o espaço muito mais limitado, magoa-se nas grades, a cabeçinha fica confusa, os olhinhos tristes, o sonho com a liberdade desfeito, o canto chega a doer pelo porquê da triste sina, ter nascido preso e viver sempre limitado...o coração toca sempre no mesmo compasso. Ao contrário deles, nós seres humanos, temos o previlégio da intelectualidade, como pensantes que somos, quanto ao sentimentalismo, são frutos que se colhem na borda do caminho, como as amoras, por vezes bem amargas. Há que escrever, bem ou menos bem, seguir as pisadas de outros, aqueles que tanto nos ensinaram...falar, gritar, partilhar medos e desejos, alegrias e tristezas...amor ou mesmo ódio, mágoas acumuladas...vamos libertar e espalhar pelas nuvens como se folhas brancas se tratassem...e as lágrimas, quer sejam de alegria ou tristeza, sejam a tinta imprescendível para as textualizar. Obrigada por ter partilhado comigo o seu sentir, cara amiga São Gonçalves. A poesia está em si...escreve vida, realidades constantes. Gostei muito. Beijinho e boa caminhada por entre as palavras.
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