sábado, 27 de outubro de 2018

DEZ PERGUNTAS A... BEATRIZ AMARAL


Agradecemos à autora BEATRIZ AMARAL a disponibilidade em responder ao nosso questionário

1 - Como se define enquanto autora e pessoa?

Enquanto pessoa, sou alguém que vive a palavra, o verbo e sua música, alguém que preza e venera a liberdade de pensamento, de convicção, e também a liberdade de criar, de compor, de abrir e trilhar caminhos, expandindo fronteiras e alcançando espaços do infinito. Como autora, sempre fui e sou fascinada pela palavra, encantada pelos sons das sílabas, pelos grafemas, pela fisicalidade da palavra e pelo aspecto lúdico de dar a ela rotas inauditas, provocando o estranhamento e abrindo surpresas nas frases, no ritmo, no modo melódico de dizer. A palavra expande a existência. Comunica, voa, alarga o pensamento, é reveladora, condutora, transcende sua origem, navega e alcança muitas águas. A palavra é um oceano.

2 - O que escreve é inspiração ou transpiração?

Quando escrevemos desde a infância, a prática da escritura se torna parte do cotidiano, a poesia torna-se hábito e o olhar poético brota espontaneamente. Depois da espontaneidade, vem o trabalho racional, de minimizar, reduzir frases e parágrafos, limar os períodos, suprimir todo o excesso, erigir a luz intensa da polissemia, que, para mim, alimenta e realimenta o projeto estético. Como todo autor, sou minha primeira leitora, a primeira leitora de minha escritura e leitora crítica, trabalhando com olhos, ouvidos, réguas e balizas, construindo e reconstruindo universos. Portanto, inspiração e transpiração se combinam no processo da escrita.

3 - O que pretende transmitir com a sua escrita?

Pretendo, em primeiro lugar, expressar minha própria fascinação pelos grafemas, pelas letras, pelas sílabas e pela palavra. Também pretendo estimular a todos que experimentem a liberdade da criação, e descubram suas próprias singularidades. Por último, pretendo incentivar a descoberta das verdades individuais e o respeito pleno à liberdade de pensamento. Quero sempre transmitir o apoio à liberdade, à expansão de fronteiras, especialmente no plano da arte.

4 - Por que escreve poesia?

Justamente em razão do que acabo de comentar na resposta anterior. Escrevo poesia por ser o modo mais intenso de se arejar o verbo, irrigar a linguagem, exercitar a liberdade estética, passear pelo vento, viajar pela existência das infinitas inexistências que compõem o panorama de nosso cotidiano. O primeiro poema se fez aos 12 anos e, desde então, com a formação de uma voz e o aprimoramento da dicção, os poemas se multiplicaram e a linguagem poética se estendeu para outros gêneros, como a narrativa breve, o conto, a crônica. Escrevo poesia como modo de existir em minha própria individualidade, como modo de expressar quem sou, como forma de recriar o mundo, descobrir-me nele e compreender os desdobramentos do universo.

5 - O que costuma fazer para promover a sua escrita?

Geralmente, além da divulgação de meus livros, em lançamentos, tardes e noites de autógrafos, sessões de leitura e palestras, costumo divulgar nas redes sociais alguns textos poéticos, fragmentos de narrativas breves e as resenhas, análises críticos e comentários críticos publicados nos jornais ou revistas, literárias ou não. Gostaria de me organizar para divulgar mais sistematicamente minha escrita, mas o tempo sempre acaba sendo escasso. 

6 - Que impacto têm as redes sociais no seu percurso?

Quando comecei a utilizar as redes sociais – em 2008 – eu já havia publicado 9 (nove) livros – portanto, meu percurso está muito mais ligado ao universo das edições impressas. Entretanto, a partir do momento em que passei a utilizar as redes, costumo publicar textos poéticos nas redes, sem excessos, mas com certa frequência, bem como divulgar os lançamentos de meus livros, as palestras que faço e os eventos literários e culturais de que participo.

7 - O que acredita ser essencial na divulgação de um autor?

Acredito que o essencial é saber extrair uma marca, uma singularidade de cada autor, mesmo que esta singularidade signifique, às vezes, a versatilidade ou amplitude de práticas de escrita, e expor aos interessados e ao público em geral estas marcas que diferenciam e propiciam a identificação imediata de cada autor por meio da leitura de seus textos.

8 - O que ambiciona como autora?

Como todos, tenho o desejo de ter meus livros e artigos lidos, conhecidos, e que possam fazer diferença na vida de alguém, quer do ponto de vista lúdico, quer do ponto de vista de estimular a liberdade de criação de cada um.

9 - Livro físico ou e-book? Por quê?

Prefiro livro físico, que permite um contato físico, por vezes visceral, regado à ternura, em se tratando de literatura, de poesia, de ficção, contos, romances. Mas em se tratando de livro técnico, o e-book auxilia bastante. E, em determinadas situações e contextos, sua presença é importantíssima.

10 - Qual a pergunta que gostaria que lhe fizessem? E como responderia?

São duas as perguntas. A primeira pergunta é: Poderia citar alguns autores portugueses contemporâneos de sua preferência? Resposta: Ernesto Manuel de Melo e Castro – E.M. de Melo e Castro, Herberto Helder, Teolinda Gersão, André Domingues, Gonçalo Aguilar, Luís Serguilha.
A segunda pergunta é: Qual o seu próximo projeto? Resposta: Concluir dois livros de narrativa já iniciados e iniciar outros dois que se encontram em fase embrionária, um de memórias, outro de poesia. Criar um blog, mas com a intenção de alimentá-lo com frequência.

Acompanhem, curtam e divulguem esta e outros autores através deste link

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