terça-feira, 17 de julho de 2018

FRANCISCO DE PINA QUEIROZ FALA DE... VIVÊNCIAS



Este é o posfácio que FRANCISCO DE PINA QUEIROZ escreveu para o livro Vivências de MARGARIDA CIMBOLINI

Acabámos de ler um livro de poesia da lavra de Margarida Cimbolini.

Um total de oitenta e nove poemas, compilados em quatro capítulos (“Alinhavos do Tempo”, Delírios da Madrugada”, Poesias da Terra” e “Vivências”), escritos por quem à escrita se dedica tanto desde a sua juventude, e da sua sensibilidade assume uma feminilidade ora de cariz afectivo / carnal ora da procura consciente do que se encontra em cima e em tudo – a Universalidade.

Se atendermos a números, são exactamente doze poemas em cada um dos três primeiros capítulos e cinquenta e três no último, cujo título também deu nome ao livro: “VIVÊNCIAS”.

Com este livro, temos acesso a vivências da Margarida, repartidas por vários anos e por várias necessidades de extravasamento – quer do sentido na realidade, quer do supostamente sentido se algo tivesse sido ou viesse a ser realidade no tempo, considerado real, em que as palavras preencheram o vazio de uma folha de papel ou de um écran de computador.

Não obstante esta verdade em quem se liberta pela escrita poética, urge salientar o desnudamento constante da Margarida Cimbolini, em todas as áreas por que ramais foram criados pela sua impossibilidade de permanecer indiferente aos corpos, ao seu corpo, aos afectos, ao meio físico envolvente sem limite algum.

E isto tudo sob a auréola do Amor, obriga-nos a lembrar a frase de Fiama Hasse Pais Brandão: “O amor é o olhar total”.

Em cada palavra, em cada verso, Margarida Cimbolini espraia-se pela entrega inequívoca a uma simbiose bem aquilatada por nós, leitores: o Amor pelo Amor e o Amor à Poesia (o amor às próprias palavras).

Sem proveniência de um acto voluntário da Margarida-Poeta, a palavra “mar” e os termos a ele relacionados – climatéricos, náuticos, profissionais e zoológicos – proliferam com um assentimento preciso e oportuno, e não por recurso.

Com o mar ou sem o mar, a autora, de tanto amar e/ou querer amar, deixa transparecer, por vezes, a sua noção de vivência externa e da sua pequenez face à grandiosidade e ao fascínio do Universo.

Deslisando pelas palavras escritas – ao sabor do vento ou contra ele, com a inspiração da Lua ou sem o seu brilho de prata – e colocando-as nas posições convenientes para a intenção a transmitir, a Margarida proporciona-nos a descoberta (a dádiva poética) de prosopopeias, paradoxos, metonímias e paralelismos.

As exclamações fogem ao número tão vulgarizado, agora, em poemas de frequentadores de Noites / Serões/ Tardes e Tertúlias de Poesia (em que a autora também participa).
As reticências, na sua grande maioria, convidam-nos a reflectir sobre hesitações e dúvidas. Estas bem arredadas de qualquer timidez por parte da autora.

Depois das cinquenta CARTAS DE AMOR – editadas por Carlos Margarido – pegámos nas VIVÊNCIAS – editadas por “in-Finita” – e chegados ao termo da sua leitura, sentimo-nos destinatários de uma correspondência emitida pela Margarida Cimbolini – Amiga e Poeta – pela qual a sua vida transparece como “Alinhavos do Tempo” em que não são negados “Delírios da Madrugada” e saem reforçadas as “Poesias da Terra”.

Um conjunto de VIVÊNCIAS colocadas à nossa disposição pelo Amor à Poesia e pelo Amor a tudo, à manifestação mais ínfima ao nosso alcance (seja por que sentido percepcionável).

Cumprida a tarefa derivada do convite honroso dirigido, há muito tempo, pela Margarida Cimbolini, resta-me agradecer-lhe a confiança e à Editora In-Finita (na pessoa de João Dordio) agradecer a boa vontade.

Convido todos os que chegaram aqui a fazerem como eu: a reler esta obra e a torná-la oferta de aniversário e/ou de quadras festivas.

Lisboa (Residência do Lumiar) 13 de Junho de 2018
Francisco de Pina Queiroz

Os interessados em adquirir o livro devem contactar a autora através deste link

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