quinta-feira, 12 de julho de 2018

DEZ PERGUNTAS A... JOÃO DORDIO


Agradecemos ao autor JOÃO DORDIO a disponibilidade em responder ao nosso questionário
1 - Como se define enquanto autor e pessoa?
Sou alguém que utiliza a escrita como fator de equilíbrio mental e de refúgio. Alguém que encontrou nas palavras um novo mundo. E é nesse mundo que gosto de permanecer muito tempo durante todos os dias. Sou uma pessoa essencialmente apaixonada e que coloca na escrita essa mesma paixão. No fundo, não é apenas na escrita, mas em tudo o que faço. Junto a essa paixão uma dose de loucura. O que fez o meu estilo ser, um dia, adjectivado de “escrita dordiana”.
2 - O que o inspira?
Inspira-me o amor e a paixão. A vida é impossível de ser vivida sem esses sentimento serem levados ao limite.
3 - Existem tabus na sua escrita? Porquê?
Não tenho quaisquer tabus. Muito menos na escrita. Detesto o “politicamente correto”. O mundo literário não poderia ser excepção.
4 - Que importância dá às antologias e colectâneas?
As antologias e as colectâneas permitem ser uma forma de divulgação de novos autores (e não só) e até de encontro dos mesmos. Já participei em quase duas dezenas e encontro aí também uma forma de conhecer outros autores. Infelizmente, existe apenas uma divulgação “para dentro”. Continuamos a escrever para os mesmos grupos, continuamos a comprar-nos maioritariamente “uns aos outros”. E as editoras que mais antologias e coletâneas fazem, não estão muito interessadas em mudar este rumo. Pagar 20 ou 30 euros por um, dois ou três poemas, é faltar ao respeito e abusar dos sonhos dos autores que, na sua boa fé, ficam convencidos que foram “escolhidos” sem quererem ver que entram praticamente todos os que pagam para entrar. Sou chamado de arrogante (quando faço a denúncia deste lobby) incrivelmente por alguns “colegas” que não percebem a forma como somos todos aliciados e até ludibriados. O livro fica, na esmagadora maioria das vezes, fechado logo no evento quando a ideia deveria ser a divulgação desses mesmos autores! Mas há quem não goste de ouvir as verdades!
5 - Que impacto têm as redes sociais no seu percurso?
As redes sociais são uma excelente ferramenta para a divulgação dos autores. No meu caso, considero que não sou excepção. Dos poemas e da prosa aos eventos, passando pelos projetos futuros, em tudo as redes sociais me ajudaram e ainda ajudam com as mais variadas páginas que também fui criando.
6 - Quais os pontos positivos e negativos do universo da escrita?
Termos a capacidade de expressar nas letras um mundo de sentimentos e sensações é, por si, já um grande dom. A forma como nós, como autores, poetas, escritores, conseguimos aconchegar as letras, permite-nos voar por dentro enquanto caminhamos por fora. Um virtude impar! No entanto, neste universo da escrita, onde todos têm lugar, ou deveriam ter, há igualmente muita inveja, muito ciúme, muitas intrigas, coisas que acabam por minar e subverter o que de bom atrás foi referido. Deveríamos, da mesma forma como escrevemos, ser plenamente com o corpo e com a alma, esse amor, essa paixão, essa amizade, essa solidariedade, esse companheirismo, essa camaradagem. Somos seres de luz e energia que jamais deveríamos ficar abalados pela mesquinhez e manipulação de alguns. Mas nem sempre é fácil...
7 - O que acredita ser essencial na divulgação de um autor?
É essencial que o autor não se acomode, independentemente de todos sabermos das limitações, conscientes e inconscientes, da maioria das editoras. No atual universo literário, percebe-se imediatamente que são raros os casos de um efetivo apoio das editoras e que, das percentagens para o autor passando pela divulgação efetiva do mesmo nas grandes superfícies ou eventos, se não existir uma pro-atividade do autor, este é praticamente esquecido e substituído pelo próximo.
A maioria dos autores sente que só os números interessam à grande maioria das editoras. As edições de autor têm aumentado exatamente por isso. É essencial mais união entre os autores.
É essencial os autores saírem um pouco mais das redes sociais e participarem em saraus e tertúlias.
8 - Quais os projectos para o futuro?
Sou coordenador da coleção de poesia Poiesis da In-Finita e estou a procurar estender essa seleção a uma coleção de prosa poética.
E quero escrever mais livros, quer de poesia, quer de prosa poética.
9 - Sugira um autor e um livro!
Não consigo sugerir um só autor e um só livro!
Posso dizer quais os dois autores que alteraram mais a minha forma de estar e de ver o mundo (e que nem sequer são poetas): David Icke e Wayne Dyer.
Na poesia, sou claramente influenciado por Fernando Pessoa (noutros tempos, fui por António Nobre).
Um livro?... Não consigo. Há tantos! Lamento…
10 - Qual a pergunta que gostaria que lhe fizessem? E como responderia?
À pergunta “sabias que vais abraçar novamente o teu Pai quando morreres?”, eu responderia “e tenho tanto para lhe contar... Ele já deve saber, mas nos olhos tem outro sabor”...
Acompanhem, curtam e divulguem este e outros autores através deste link

1 comentário:

Toca a falar disso