Nem todos têm o
dom de saber ouvir, falam, falam, falam e por vezes, nada dizem. Falam porque
sentem necessidade de se ouvirem a falar de si e de quem as rodeia.
Há aqueles que
para dizerem, por exemplo, que encontraram uma amiga no centro comercial, dão a
volta a tudo e quando se dá por isso já contaram o filme que iam ver no tal
centro comercial, a história de cada actor e actriz, do dito filme e a história
da vida da amiga, da vizinha da amiga, do cão, do gato, do periquito, do canário,
da rã ou do sapo, de todo e qualquer animal de estimação que façam parte das
famílias da amiga, das vizinhas da amiga e por aí fora, até aos antepassados
mais antigos que façam parte da lembrança. Todos são tema da conversa, no
entanto o intuito era apenas dizerem que tinham encontrado a tal amiga. E
conseguem falar sobre tudo isto e muito mais, sem sequer pararem para molhar a
palavra.
E ouvir?
O que é isso?!
Ouvir?! Não tenho tempo para ouvir, porque se ouço fico sem tempo para falar.
E se dividíssemos
o tempo de modo a que todos tivessem o mesmo tempo para falar e para ouvir?!
Pois é, mas, não
é fácil saber ouvir.
Nem todos têm o
dom de saber ouvir.
MARIA ANTONIETA OLIVEIRA
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