“… Somos seres de água,
todos sujeitos ao desenrolar de um guião do qual nem sempre somos autores, é a
conclusão final a que o leitor poderá chegar, assim que absorver a última
página deste livro, pois somos líquidos e líquidos nos entregamos aos acasos, vestidos
de vicissitudes e pequenas felicidades, e ao ocaso dos nossos dias. “ Vítor
Costeira
E foi exatamente assim,
em estado absolutamente líquido, confirmando as palavras tão acertadas do
autor, que como leitora e ser de água que sou, cheguei a última página do
livro, transbordando, em lágrimas que caiam abundantes e escorriam no canto dos
lábios, e as sorvia, matando a sede das emoções despertadas. O livro nos
convida para uma viagem do cotidiano, com essas pequenas estórias, que parecem
tão próximas de nós, mesmo que distantes das nossas vivências. Pessoas
sentidas, lapidadas pela caneta de extrema sensibilidade do autor, que deixam
de ser personagens e retratam um pedaço de cada um, na fluidez das imagens
linguísticas que se transformam em imagens e sensações.
Me vi como a Amélia, em
UM DIA NA VIDA DE AMÉLIA, que na expectativa da chegada dos seus, embeleza-se e
cria os momentos vividos, mesmo antes deles de fato acontecerem. E com as
expectativas frustradas, recolhe-se em sua solidão, ao perceber que fora
esquecida em uma data especial.
Me vi Júlia, sofrida
por ter-se distanciado do pai que tanto admirava e amava, e que sem saber, em um
ato nobre, doou-lhe mais do que presença e afeto, em PASSOU UM ANJO POR AQUI.
Me vi em RESTOS DE
ESTRELAS, como aquele que transborda em amor pela família, mas recolhe-se na
observação das rotinas tão distantes e diferentes das suas por entes outrora
tão próximos.
Me vi Maria, cheia de
sonhos, paixão e desejos, sendo tragada pela acomodação e o conformismo de um
relacionamento sem sentido e ausente de carinho e cumplicidade, em FOGE COMIGO,
MARIA!
Me vi como um AMIGO,
que senta no banco de uma praça, buscando sol e aconchego, para as suas horas
vazias, em O HOMEM QUE LIA POEMAS NUM BANCO DE JARDIM.
Me vi um pouco Alex, um
pouco Fran, sentados à beira mar, olhando as ondas, e relembrando caminhos e
sonhos que a vida nem sempre facilitou ou realizou, em SERES DE ÁGUA.
Me senti perto das
escolhas e consequências de O HOMEM QUE ACERTAVA EM TUDO O QUE PREVIA.
E ainda mais próxima da
Maria, José, Madalena, do Jesus morto e do Jesus abandonado nesse fantástico
conto NOITE DE NATAL.
E em ATÉ AMANHÃ, revivi
o conforto de ser acolhido por quem nos quer tão bem.
Fechei o livro, ainda
vivenciando essas imagens, que cada um, desses nove contos, tão bem escritos,
com suas metáforas, lirismo, realismo e evidências concretas e verídicas,
despertou em uma manhã sem previsão de grandes emoções. Apenas um livro… não,
não é um livro, é O LIVRO que contribui para engrandecer a nossa alma, a nossa
cultura e acima de tudo, o nosso olhar, um pouco mais sensível, para a vida,
para o outro, para as nossas realidades e daqueles que fazem parte desse nosso
planeta azul.
Gratidão e parabéns Vítor
Costeira, não cabem na imensidão desse oceano que você nos faz navegar ao abrir
SERES DE ÁGUA. Uma obra-prima, que merece todo o nosso respeito e aplausos. E
ainda embalada pelo calor aconchegante dessas águas, aguardo os próximos…
DRIKKA INQUIT
Querida Amiga e companheira Ser de Água Adriana, que dizer? Primeiro, dizer que tenho um abraço imenso de gratidão para com quem acreditou em mim, sem pestanejar, o meu AMIGO Emanuel Lomelino! Sem ele, nenhum ser de água veria tão cedo a luz do dia!
ResponderEliminarDepois, dizer-te que acredito que a vida é feita de seres racionais que a qualquer instante se constatam seres de muita água!
Por fim, a minha gratidão! Sim, porque sinto gratidão em ter encontrado seres de água como eu! Grato! Grato! Grato!