Agradecemos ao autor ANDRÉ MARQUES a disponibilidade em responder às nossas perguntas
Podem saber mais do livro e acompanhar o autor neste link
1 - Como se define
enquanto autor e pessoa?
Examino-me atentamente.
Julgo-me compassivo e com particular vocação para o que me rodeia. A humildade
a servir de epígrafe. Sinto-me escutar os outros, e com os outros. Sou uma
pessoa de corpo e alma. Duas mãos que agarram o mundo de uma vez só. Quanto ao
facto de ser autor, considero-me um ser de palavras, de histórias, de vozes com
vozes dentro. Enquanto autor sinto-me na obrigação de catapultar emoções. A
minha missão enquanto autor e pessoa é erguer novos temas, transfigurar
assuntos comuns, e, sobretudo, oferecer amor.
Autor e pessoa; dois
conceitos que se conjugam na perfeição. Eu.
2 - O que o inspira?
O desconhecido
inspira-me profundamente. Escrever sobre o incomum. Ilumina-me o espírito a
chávena de café que bate insistentemente na bancada da cozinha. Inspiro-me no
labor de todos os dias. Procuro entender as desavenças do alheio, as traições,
as motivações de cada um. Inspiro-me no amor que me rodeia, que transporto para
os outros. A vida é a inspiração em pessoa. De pessoas que caminham entre a
poesia e a prosa. De pessoas que não cruzam os braços à vida. Inspira-me a
dureza dos que não desistem.
3 - Existem tabus na
sua escrita?
Não existem tabus na
minha escrita. O objetivo máximo das minhas palavras é a liberdade entusiasta.
No meu livro abordo a homossexualidade de uma forma natural. Um casal que vive,
que sonha, que trai, que realiza, que não escolhe o amor. Duas pessoas que se
deixam levar pelas legalidades e ilegalidades da vida. O tabu pode ser perigoso
para quem escreve. O tabu limita o desassombro criativo. O tabu limita a
qualidade gramatical que um bom livro exige e que os leitores merecem.
4 - Tendo em conta os
inúmeros aspectos que encontramos no seu livro, nunca pensou enveredar por
outros géneros literários, nomeadamente a poesia?
Tenho alguns
apontamentos relacionados com a poesia. Encontro-me implantado em três
antologias, designadamente na “Antologia Poesia e Prosa” com o carimbo Lua de
Marfim editora, na primeira “Antologia Amantes da Poesia”, e, “Universus da
Poesia”, ambas com a marca Universus editora. Em vista disso, a poesia é um
sentimento que tem acompanhado o meu crescimento ao longo do tempo, e espero
que a longo prazo. O amor é a poesia da alma, afirmo eu. E um romance não se
constrói apenas de prosa.
5 - Que impacto têm as
redes sociais no seu percurso?
As redes sociais por
norma projetam o que nunca se viu. Representam um papel fundamental para os autores
desconhecidos. O mundo é vasto. Estou muito grato às redes sociais que por
vezes, para não dizer inúmeras, suavizam de forma grandiosa o trabalho das
editoras. Sinto-me bastante agradecido quando recebo palavras de louvor por
parte de pessoas que não conheço. Gente boa que simplesmente chega e deixa o
seu testemunho. É impagável.
6 - Quais os pontos
positivos e negativos do universo da escrita?
Por dentro dos pontos
positivos torno saliente o espargir do pensar para o papel. A escrita é o meio
de transporte favorito do pensamento. E chega sempre a horas ao destino, ou ao
destinatário que é a mesma coisa. Não é um processo fácil, por motivação do
azar ou das palavras com pouco andamento emocional. A falta de ação no papel
fundamenta a entrada de inúmeros pontos negativos. Se o texto não arrepia, não
vale a pena. Os leitores andam cada vez mais exigentes, e ainda bem. É
fundamental que assim seja. Para mim, é imprescindível que as pessoas se
identifiquem com aquilo que escrevo.
7 - O que acredita ser
essencial na divulgação de um autor?
Acredito ser essencial
uma editora idónea. Absolutamente apta. Por entretantos, trabalhar de forma
empenhada, persistente. Editora e autores juntos pela mesma causa e pelas
pessoas certas. O amor pelas coisas necessita de fé. O resto constrói-se com
trabalho, como já referi.
8 - Quais os projectos
para o futuro?
Para já não existe nada
em cima da mesa. O “Nem todos os amores crescem” tem sido a grande prioridade.
Os quilómetros imensos. Todos os dias surgem ideias, conceitos, mudanças, mas
nada em concreto. Podem acompanhar a minha página de Facebook “André Marques –
Nem todos os amores crescem”. É lá que está o grosso do meu trabalho. Todas as
minhas palavras caminham por lá.
9 - Sugira um autor e
um livro?
Os ossos do Arco-Íris
de David Soares.
10 - Qual a pergunta
que gostaria que lhe fizessem? E como responderia?
Escreve com a pretensão
de ser conhecido?
Sabe-me sempre muito
bem quando reconhecem o meu trabalho. Não sou hipócrita. Admiro tocar o coração
das pessoas. Deixar marcas de gratidão em quem me lê. Não pretendo ser o lugar.
Quero apenas ter um lugar especial na alma das pessoas, ser a estante de alguém,
a página de alguém. O reconhecimento surge na sequência.
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