quinta-feira, 1 de fevereiro de 2018

DEZ PERGUNTAS A... ANDRÉ MARQUES

Agradecemos ao autor ANDRÉ MARQUES a disponibilidade em responder às nossas perguntas
Podem saber mais do livro e acompanhar o autor neste link

1 - Como se define enquanto autor e pessoa?

Examino-me atentamente. Julgo-me compassivo e com particular vocação para o que me rodeia. A humildade a servir de epígrafe. Sinto-me escutar os outros, e com os outros. Sou uma pessoa de corpo e alma. Duas mãos que agarram o mundo de uma vez só. Quanto ao facto de ser autor, considero-me um ser de palavras, de histórias, de vozes com vozes dentro. Enquanto autor sinto-me na obrigação de catapultar emoções. A minha missão enquanto autor e pessoa é erguer novos temas, transfigurar assuntos comuns, e, sobretudo, oferecer amor.
Autor e pessoa; dois conceitos que se conjugam na perfeição. Eu.

2 - O que o inspira?

O desconhecido inspira-me profundamente. Escrever sobre o incomum. Ilumina-me o espírito a chávena de café que bate insistentemente na bancada da cozinha. Inspiro-me no labor de todos os dias. Procuro entender as desavenças do alheio, as traições, as motivações de cada um. Inspiro-me no amor que me rodeia, que transporto para os outros. A vida é a inspiração em pessoa. De pessoas que caminham entre a poesia e a prosa. De pessoas que não cruzam os braços à vida. Inspira-me a dureza dos que não desistem.

3 - Existem tabus na sua escrita?

Não existem tabus na minha escrita. O objetivo máximo das minhas palavras é a liberdade entusiasta. No meu livro abordo a homossexualidade de uma forma natural. Um casal que vive, que sonha, que trai, que realiza, que não escolhe o amor. Duas pessoas que se deixam levar pelas legalidades e ilegalidades da vida. O tabu pode ser perigoso para quem escreve. O tabu limita o desassombro criativo. O tabu limita a qualidade gramatical que um bom livro exige e que os leitores merecem.

4 - Tendo em conta os inúmeros aspectos que encontramos no seu livro, nunca pensou enveredar por outros géneros literários, nomeadamente a poesia?

Tenho alguns apontamentos relacionados com a poesia. Encontro-me implantado em três antologias, designadamente na “Antologia Poesia e Prosa” com o carimbo Lua de Marfim editora, na primeira “Antologia Amantes da Poesia”, e, “Universus da Poesia”, ambas com a marca Universus editora. Em vista disso, a poesia é um sentimento que tem acompanhado o meu crescimento ao longo do tempo, e espero que a longo prazo. O amor é a poesia da alma, afirmo eu. E um romance não se constrói apenas de prosa.

5 - Que impacto têm as redes sociais no seu percurso?

As redes sociais por norma projetam o que nunca se viu. Representam um papel fundamental para os autores desconhecidos. O mundo é vasto. Estou muito grato às redes sociais que por vezes, para não dizer inúmeras, suavizam de forma grandiosa o trabalho das editoras. Sinto-me bastante agradecido quando recebo palavras de louvor por parte de pessoas que não conheço. Gente boa que simplesmente chega e deixa o seu testemunho. É impagável.

6 - Quais os pontos positivos e negativos do universo da escrita?

Por dentro dos pontos positivos torno saliente o espargir do pensar para o papel. A escrita é o meio de transporte favorito do pensamento. E chega sempre a horas ao destino, ou ao destinatário que é a mesma coisa. Não é um processo fácil, por motivação do azar ou das palavras com pouco andamento emocional. A falta de ação no papel fundamenta a entrada de inúmeros pontos negativos. Se o texto não arrepia, não vale a pena. Os leitores andam cada vez mais exigentes, e ainda bem. É fundamental que assim seja. Para mim, é imprescindível que as pessoas se identifiquem com aquilo que escrevo.

7 - O que acredita ser essencial na divulgação de um autor?

Acredito ser essencial uma editora idónea. Absolutamente apta. Por entretantos, trabalhar de forma empenhada, persistente. Editora e autores juntos pela mesma causa e pelas pessoas certas. O amor pelas coisas necessita de fé. O resto constrói-se com trabalho, como já referi.

8 - Quais os projectos para o futuro?

Para já não existe nada em cima da mesa. O “Nem todos os amores crescem” tem sido a grande prioridade. Os quilómetros imensos. Todos os dias surgem ideias, conceitos, mudanças, mas nada em concreto. Podem acompanhar a minha página de Facebook “André Marques – Nem todos os amores crescem”. É lá que está o grosso do meu trabalho. Todas as minhas palavras caminham por lá.

9 - Sugira um autor e um livro?

Os ossos do Arco-Íris de David Soares.

10 - Qual a pergunta que gostaria que lhe fizessem? E como responderia?

Escreve com a pretensão de ser conhecido?
Sabe-me sempre muito bem quando reconhecem o meu trabalho. Não sou hipócrita. Admiro tocar o coração das pessoas. Deixar marcas de gratidão em quem me lê. Não pretendo ser o lugar. Quero apenas ter um lugar especial na alma das pessoas, ser a estante de alguém, a página de alguém. O reconhecimento surge na sequência.



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