sábado, 13 de janeiro de 2018

IN-FINITA APRESENTA... PATRÍCIA PORTO

A autora Patrícia Porto apareceu como aquelas boas surpresas quando se faz um trabalho com carinho e dedicação. Convidando uma amiga para apresentar o seu recém lançado livro, na região serrana no estado do Rio de Janeiro, há mais de dois anos, tive o prazer de conhecer a Patrícia que, de imediato, subiu a serra, com o seu Diário de Viagens para Espantalhos e Andarilhos, para fazer uma dobradinha com a autora convidada. E foi nesse entardecer mágico e num bate-papo envolvente que a autora me encantou como leitora e divulgadora e... fixou permanência na minha vida, agora também como aquelas amigas que quase não se vêem, mas o carinho e admiração são alimentados pelas redes sociais, devido à impossibilidade geográfica para aquele abraço e um ou dois cafés bem quentes. Acompanho a trajetória dessa poeta, escritora, guerreira e linda mulher pelo trabalho que exerce, dentro e fora do circuito literário, no qual tenho imensa admiração. Agradeço o carinho de sempre e a confiança em meu trabalho ao aceitar que a In-Finita faça a sua assessoria literária.

Abaixo um texto de Ricardo Gualda sobre a autora.

CABEÇA DE ANTÍGONA - RELEASE
Maranhense, nascida em São Luís, radicada em Niterói, Patrícia Porto é formada em Literatura e mestre e doutora em Educação. Tanto como pesquisadora, quanto poeta, Patrícia Porto trabalha a memória como matéria prima de suas criações. CABEÇA DE ANTÍGONA (Ed. Reformatório, 2017) é o seu trabalho mais depurado no mergulho na memória. É o ponto alto de uma triologia poética.

Importante dizer que não se trata de memória ressecada, emoldurada ou de ninar. É a memória que nos faz o que somos e que pode surgir a cada decisão que tomamos, a cada ato do nosso dia a dia. Para Patrícia Porto, a memória é o passado – é uma passagem.

Sobre Pétalas e Preces (201X), seu primeiro livro de poesias, trazia memória como fundadora de ciclos e urdidora de ritos de passagem. Parafraseando o termo “romance de formação”, podemos dizer que os textos apresentados são “poesia de formação”, em que a poeta se apresenta em sua maturidade artística.

Diário de Viagem (2014), o segundo título, é uma experiência a que a autora se propôs. Num ano de perdas e lutas, Patrícia Porto escreveu um diário poético em que não se permitiu correções e reescrituras, em que não deixou que o trabalho estético pusesse sombra sobre o que a poesia é, em seu grito inicial. No livro, a memória surge como horizonte. Em Diário de Viagem, a memória não fica. Ao contrário, é o único lugar possível à frente.

E chegamos à CABEÇA DE ANTÍGONA. Nele, a memória não é fundadora nem salvadora. A memória é carne. É corpo. É mulher. É aqui e agora. É onde a memória encontra seu lugar no mundo – e onde pode enfrentá-lo. Não há dúvida que o corpo feminino é um campo de disputas, de desejos, de interdições, de promessas e de libertação. Mas quando esse corpo é também o corpo da memória, todas essas características são transpassadas pelo tempo passado e pelo hoje. O corpo é a casa da memória. E Cabeça de Antígona é a casa em que essa memória se diz, se afirma, se impõe e encara o futuro, como se o anjo de Klee, inspirador de Walter Benjamin, decidisse virar para frente e abrisse as asas.

Ricardo Gualda

Onde encontrar:

Tanlup

Livraria da Folha

Livraria Cultura

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