Muito
se fala sobre os relacionamentos atuais, diante do tão grande apelo que esse
bichinho chamado Smartphone nos traz. É impressionante a solidão que vivemos
hoje. Solidão a um, a dois, a três, a milhões. As pessoas podem estar juntas
fisicamente, mas as mentes se separam de forma instantânea quando se liga os
aparelhos. Não é mesmo muito esquisito hoje em dia ficar sem luz, sem bateria,
sem wifi? Parece que não temos mais o que fazer, ou como viver.
E
o que dizer dos posts? Há pessoas que não veem o pôr do sol porque estão
ocupadas fotografando-o, ou pior, fazendo uma história sobre ele no Instagram.
Gente, fazer história no Insta é, na maior parte das vezes, completamente
inútil! E o snap, então? Coisa mais besta! Mas tanta gente adora, e se preocupa
com isso o tempo todo. Não curte o que está fazendo, curte postar o que está
fazendo! É totalmente bizarro.
As
redes sociais nos devoraram. As pessoas não conversam, não namoram, não se
olham. Fazem tudo pelo Face. Pelo Face a gente consegue até encontrar um amigo
que não via há anos, mas e depois? Vamos, efetivamente, vê-lo, tête-a-tête? Ou
ficamos somente na conversa virtual? Triste admitir que quase sempre é o que
fazemos.
Pelas
redes sociais o povo brasileiro vocifera contra os poderosos corruptos. Mas cadê
que vamos às ruas? O que está faltando para irmos? Lideranças? Talvez. Mas onde
estão os possíveis novos líderes? Será que não estão em casa, bradando através
das teclas de um celular?
Não
sou contra o smartphone. É uma geringonça efetivamente maravilhosa, possui
inúmeros recursos, facilita tremendamente a vida. O problema não é o celular, é
a gente. O problema é que nos rendemos a ele e o tratamos como o nosso ídolo,
nosso cônjuge, nosso familiar. A questão central é o nosso desequilíbrio em
relação à essa tecnologia tão importante.
Chegará
o momento em que a humanidade vai olhar para trás e comentar como o ser humano
do início do século XXI foi insensato. Até lá, nosso vício atual custará
milhares de relacionamentos, entre nós e com a natureza. Que a gente pare um
pouco pra pensar, e ler sobre o assunto. Ele é vasto demais para uma simples
coluna. E perigoso demais pra gente deixar de abordar.
Cristina
Lebre é autora dos livros Olhos de Lince e Marca d’Água à venda nas Livrarias
Gutenberg de Icaraí e São Gonçalo, pelo portal da editora,
www.biblioteca24horas.com, ou e-mail lebre.cristina@gmail.com
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