sexta-feira, 23 de junho de 2017

FALA ÁFRICA... SOBRE MACVILDO PEDRO BONDE

JOSÉ MANUEL MARTINS PEDRO
(correspondente de autores africanos)

Eu vou convivendo, cada vez com mais dificuldade, com esta minha incorrigível mania de misturar poesia com a vida.

Não obstante esta minha dificuldade vou tentando racionalizar os problemas e refletir sobre eles.

Assim, em treino poético, é comum ver, e/ou ouvir – nas redes sociais – as inúmeras atividades literárias que através de um serviço de qualidade à cultura lusófona, novos autores se afirmam.

Aqui faço uma declaração de voto para explicar que – na atual fase da minha vida – tudo o que diz respeito à Arte da Palavra me torna particularmente sensível e daí dar o merecido contributo para a sua divulgação.

M.P.Bonde - Macvildo Pedro Bonde nasceu a 12 de Janeiro de 1980 em Maputo, Moçambique.

Foi membro do projecto (JOAC) Jovens e Amigos da Cultura entre 2003-2004, com Mbate Pedro e outros jovens. Aqui, para além de declamarem textos em eventos culturais, realizados na cidade de Maputo, aprimoraram o seu gosto pela escrita.

Em 2004 foi convidado para fazer parte do grupo Arrabenta Xithokozelo (Leo Cote, Uraca Zulima, Salésio Massango e outros) onde animavam as noites de poesia e música no Modaskavulu do Teatro Avenida.
    
No coletivo, fez parte da organização da semana Noémia de Sousa, num espaço de discussão da poesia e pensamento da autora e de sua influência na literatura moçambicana entre 2007 a 2010.

Em 2010 foi agraciado com uma medalha e obras de autores moçambicanos, nas comemorações dos 123 anos da cidade de Maputo, no Jardim Tunduru.
A sua arte poética possibilitou o encontro com Cucha Carvalheiro e José Rui Martins, do teatro Acert de Portugal. Sandile Dhikeni, da África do Sul, no Teatro Avenida.

Apresentou, com Flávio Chongola, no Centro Cultural Brasil-Moçambique, um artigo sobre a estética de José Craveirinha e sua influência na poesia moçambicana.
Tem textos publicados na coletânea Arqueologia da Palavra, e em revistas eletrónicas.

Em 2017 lança a sua primeira obra literária com o título “Ensaios Poéticos“ pela Editora Cavalo do Mar.

M. P. Bonde revela na sua escrita a influência de muitas leituras e dos grandes mestres da literatura. Ao lê-lo, várias vozes bem conhecidas da literatura moçambicana e universal, ressoam aos nossos ouvidos, num eterno diálogo intertextual.

Segundo Fernanda Angius, percorrendo as páginas de “Ensaios Poéticos”, chega-nos uma mensagem nostálgica da infância perdida, ou de um sonho adiado: “Pode ser que ao anoitecer as gaivotas se cansem da faina e partam para a nossa Ítaca do índico e, como elas, seguirei o rasto salgado do cardume aprisionado no sonho”. 

Estamos diante de um poeta que se interroga e nos interroga. Mas Bonde não segue o seu caminho, desalentado e solitário; ele dirige um apelo à sua geração para que os sonhos se reacendam e o futuro possa acontecer.

                                                                  José Manuel Martins Pedro
  (correspondente de autores africanos)
Lisboa, 23 de Junho de 2017


2 comentários:

  1. Parabéns e boa sorte nessa caminhada, agregando cada vez mais os poetas e escritores lusófonos da nossa querida irmã África,tão cheia de sabores, cores...e dores! Um abraço

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  2. Belo resumo (adorei a parte "dirige um apelo à sua geração para que os sonhos se reacendam e o futuro possa acontecer."). Abraço!

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