Quem acompanha a minha forma de estar no universo da
escrita sabe que, apesar de ser cidadão português, sempre me considerei um
autor lusófono. Seguindo essa condição, quando em 2013 a poeta Mariza Sorriso
me falou do seu projecto de lusofonia, não tive qualquer dúvida em
disponibilizar-me para colaborar, dentro das minhas capacidades e no que
pudesse ser útil.
A ideia original transformou-se numa feliz realidade
abraçada por algumas pessoas e o projecto ganhou corpo de evento em Setembro de
2014. Assim nasceu o I Encontro de Poetas de Língua Portuguesa.
Ao contrário de muitas outras boas ideias, a continuidade
deu-se como desejado e em Setembro de 2015 foi possível dar vida ao II Encontro
de Poetas de Língua Portuguesa, com a novidade do mesmo ser celebrado em
eventos realizados no Brasil e em Portugal e da adesão dos participantes ter
aumentado substancialmente.
Com esse reforço moral confirmou-se a validade do
projecto e ficou desde logo definido que havia margem de manobra suficiente
para crescimento. O III Encontro de Poetas de Língua Portuguesa veio provar
essa análise e, mantendo a multiplicidade de eventos do ano anterior, voltou-se
a constatar um aumento considerável na participação dos autores, em 2016.
Foi bonito ver a Sala Nobre do Palácio da
Independência cheia de autores, em representação de Angola, Brasil, Cabo Verde,
Guiné-Bissau, Moçambique, Portugal e Timor. Foi bonito presenciar o quanto uma
língua pode servir de motivo aglutinador e de intercâmbio entre as diversas
sensibilidades, diferentes sotaques e distintos modo de estar. Foi bonito
assistir a esta união da lusofonia. Foi bonita a festa e o contributo de cada
um dos presentes. Foi bonito o III Encontro de Poetas de Língua Portuguesa e é
um orgulho fazer parte de algo com tamanha beleza.
MANU DIXIT