«Eu escrevo sobre o que sinto quando olho o mundo à
minha volta».
Esta frase da autora Mena Santos, proferida no dia do
lançamento do seu novo trabalho, FILIGRANAS DE PALAVRAS, realizado na
Biblioteca Municipal das Caldas da Rainha, embora seja o seu argumento para
justificar as razões que a levam a escrever torna-se demasiado redutor quando
começamos a ler o livro.
Sendo certo que muitos dos poemas têm um cunho de
análise e opinião pessoal sobre diversas situações da realidade de todos os
dias; seja de exclusão social, abandono, violência, intolerância, abusos e/ou
carências; não é menos verdade que a maioria dos textos apresentados, mesmo
falando através dos seus sentimentos, são mais gritos de alma sobre assuntos de
cariz pessoal; encontros e desencontros amorosos, ânsias, desejos e sonhos,
ligação ao mais carnal, ligação ao mais espiritual e ligação à natureza.
Ao ler FILIGRANAS DE PALAVRAS fiquei com a nítida
sensação que o conjunto de textos que compõem este livro funcionam mais como
uma odisseia interior em busca de respostas para as dúvidas da autora, enquanto
mulher, amiga, amante, mãe, ser humano.
Com um ritmo muito próprio (uma respiração só sua)
Mena Santos consegue, em poemas longos mas de versos curtos, dar corpo e alma
aos seus pensamentos, transmitir com clareza o que mais a atormenta, e dar-se a
conhecer através das incertezas que tem sobre si e o que a rodeia, sem medo de
se pintar com as cores da incoerência (característica tão humana quanto
natural).
Como nota final, devo referir que cada um dos poemas
deste FILIGRANAS DE PALAVRAS parece ter sido tecido palavra a palavra como se
os mesmos estivessem a ser ditos, e não escritos, na hora em que foram criados.
MANU DIXIT
Todo verdadeiro poeta é sensível atento a tudo de bom e de mal que o rodeia. o EGO atinge a maior relevância em toda a diversidade do amor. O poeta fala de tudo ou diretamente ou por metáforas que nos transpõem para alem de preponderante magia.
ResponderEliminarGrato pela visita comentada.
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