quinta-feira, 30 de janeiro de 2014

EU FALO DE... EGO


Já não é a primeira vez, e creio que não será a última, que surge como tema de conversa, entre mim e alguns amigos, uma questão que, apesar de ter escrito muito pouco, ou quase nada, sobre ela, está muito clara na minha cabeça como sendo um defeito/virtude que me identifica.

Não têm sido escassas as vezes em que refiro as diferenças existentes entre o Emanuel Lomelino (autor) e a pessoa que lhe empresta o corpo. No entanto, existem alguns aspectos que são comuns aos dois e aquele que mais sobressai é o ego. Quem me conhece, nas duas facetas, sabe que tenho um ego enorme e que se dependesse, única e exclusivamente, dele para me alimentar eu seria obeso.

Como referi, esta questão do ego tem aparecido muitas vezes nas conversas que tenho com amigos da escrita e decidi vir aqui escrever sobre o assunto por causa de uma "acusação" que me tem sido feita com alguma frequência, sendo o meu ego apontado como incompatível com a atitude que me acusam.

Em primeiro lugar e não será novidade nenhuma o que agora direi, o facto de ter um ego grande e fazer alarde disso não implica que o tente alimentar a todo o custo ou com gula desmesurada. Bem pelo contrário. O meu ego alimenta-se daqueles momentos especiais em que, vindo do nada, aparece o reconhecimento pelo que faço, digo ou escrevo. O meu ego engorda quando pela manhã entro no café da D. Rosa e sou recebido com um sonoro: "Bom dia, poeta!", o meu ego cresce quando alguém que leu algo meu me diz: "Identifico-me com este e aquele poema", o meu ego aumenta quando alguns responsáveis de outras editoras me dizem: "Parabéns pelo seu livro, gostei do que li", o meu ego sobe quando um autor me envia algo seu para eu dar uma opinião. Tudo isto e muito mais situações semelhantes enchem-me o ego e eu gosto de ter o ego cheio.

Mas ter um ego como o meu jamais me fará subir a patamares de vedetismo ou sobranceria. Se, por um lado, o Emanuel Lomelino (autor) está focado exclusivamente nas questões literárias, o outro, aquele que já existia antes do autor, tem o foco bem mais alargado e faz questão de sobrepor os seus ideais aos interesses do autor.

Aqui chegados vamos então falar da tal "acusação" que me fazem.

Como muitos saberão, para além deste, tenho mais dois blogues. Um onde exponho a minha poesia e outro onde faço a divulgação de textos de outros autores, cujos livros ou antologias em que participam fazem parte da minha biblioteca pessoal. Ora bem! Sou acusado de não saber gerir em meu proveito as actualizações desses espaços porque tenho dado muito mais destaque aos outros autores (um poema por dia) do que à minha própria criação (passam meses sem lá colocar nada). Para além disso, dizem alguns, ter este blogue para colocar dedos nas feridas e apontá-los para situações relacionadas com a literatura, só me prejudicam enquanto autor e que essa circunstância é completamente antagónica ao imenso ego que tenho para alimentar.

Para esta acusação posso dar duas respostas:

1ª Bem ou mal, sempre que falam é publicidade gratuita!

2ª Enquanto autor, sei que o meu trajecto já ultrapassou as minhas intenções iniciais (sempre disse que o objectivo era publicar três livros e, neste momento, o quinto está prestes a sair) e não é por dar mais ou menos visibilidade ao que escrevo que as vendas vão aumentar exponencialmente. Para além disso, tenho os pés bem assentes no chão e a consciência plena que é muito complicado, para não dizer impossível, atingir plataformas maiores e públicos mais alargados.

Por outro lado, todos têm a noção da realidade e sabem que a poesia não se vende (vai-se vendendo) e a oferta nas redes sociais é tanta que acabamos todos por viver em eterna obscuridade. Mas sobre isso escreverei noutra oportunidade.

Em jeito de conclusão e para que não restem dúvidas, vou continuar a divulgar os textos de outros autores, vou continuar a escrever textos de opinião a criticar ou a louvar situações ligadas à literatura e quando me der na cabeça publico poemas meus no blogue.

Sim, tenho um ego gigantesco e esfomeado mas posso alimentá-lo ao mesmo tempo que dou visibilidade a outros autores de língua portuguesa.

MANU DIXIT

            

10 comentários:

  1. Falas e falas bem!
    Gosto de (te) ler.
    Beijinhos dos Alpes Poeta

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  2. Olá! Pelo que tenho lido, visto e ouvido, não me parece que haja absolutamente nada de errado com o teu ego. Pelo contrário, parece-me bastante saudável. Continua assim. Beijinhos

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    1. Olá Marta!
      Obrigado por mais esta visita e pelas palavras.
      Beijinhos

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  3. Aprecio essa maneira de estar na vida. Quem gostará de nós se não gostarmos de nós próprios. Gostava de ter poemas seus no meu blog.

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    1. Maria Beatriz!
      Obrigado pela generosidade das suas visitas, tanto aqui como no TOCA A ESCREVER.
      Os meus poemas podem ser vistos no AMADOR DO VERSO, o link está bem no topo deste blogue.
      Beijo carinhoso.

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