sábado, 9 de março de 2013

EU FALO DE... E-BOOKS



Desde épocas remotas, a humanidade sempre dedicou muito do seu tempo e engenho a tentar encontrar formas de transformar as suas criações em algo durável, para não dizer eterno.

Mesmo antes do aparecimento da escrita de signos e símbolos, já os primitivos, através das gravuras nas rochas, deixavam registados momentos do seu quotidiano.

Com o passar do tempo foi surgindo a necessidade de encontrar materiais mais fiáveis a nível de durabilidade e assim se passou pelas fases em que se escrevia em peles de animais, plantas, blocos de cera, papiro, para referir apenas alguns.

Servem os parágrafos anteriores – resumo muito sintetizado – para dizer que a escrita, tal como muitas outras coisas de cunho humano, sofre evolução, não só em estilo e conteúdo mas também em forma. E, fazendo parte dessa evolução, vivemos numa era de grande implementação tecnológica e temos ao dispor novas plataformas de arquivamento e divulgação.

De entre todas as ferramentas que a tecnologia tem colocado ao serviço daqueles que escrevem e/ou lêem, decidi vir aqui hoje falar de e-books.

Sei que não existe uma opinião concensual sobre a utilização dos livros electrónicos mas, argumentos sobre vantagens e desvantagens à parte, a realidade é que eles estão aí e podem ser, se é que já não são em muitos casos, um instrumento valioso no diz respeito a uma divulgação mais célere e, consequentemente, um acesso mais facilitado às obras.

Se enquanto leitor sinto, como muitos outros, que um livro em papel tem encantos que não podem ser transportados para um e-book, já como autor, reconheço que vivendo numa era como a nossa, esta forma de livro pode ser um meio importante para alargar o universo de leitores que, de outra forma, dificilmente os livros de papel proporcionam.

Sou daqueles que escrevem por paixão mas não sou hipócrita ao ponto de negar que, no momento em que transformo a minha escrita em livro, o objectivo é vender e não me oponho nem discuto a forma como a minha escrita é comercializada.

Como referi anteriormente, enquanto autor, não me choca ver os meus livros em formato electrónico mas não abdico de ter nas mãos livros em papel e desfrutar do prazer que só eles são capazes de transmitir.

MANU DIXIT

8 comentários:

  1. Completamente de acordo com esta síntese de um tema que pela sua vastidão deve ser pensado por muita gente, escritores, leitores, agentes vários entre uns e outros, instituições dentro e fora do Poder.
    José Brás

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    1. José Brás! De facto este é um tema que, embora pontualmente seja discutido, ainda pode e deve gerar muitos debates, entre os vários agentes.
      Obrigado pela visita e comentário.

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  2. Concordo contigo.
    A evolução acontece e novos meios se abrem. Eu não dispenso o papel, ler num visor não é a mesma coisa, sabendo eu que acabo por ler muito no visor, como exemplo estes teus artigos que me fazem sempre bem ler.

    Beijinho
    Ana Coelho

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    1. São novas ferramentas que vieram para ficar mas que não se comparam ao papel. Falta-lhes espírito.
      Beijo.

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  3. São as vantagens e desvantagens dos processos evolutivos...

    Falamos de uma ferramenta a que faltará o cheiro e o toque que nos liga aos livros o nos permite momentos de conforto ao desfrutá-los.

    Falamos de uma ferramenta que faz ser possível transportarmos os livros que quisermos e aceder à sua leitura quando e onde nos apetecer ou nos seja preciso.

    Constatamos, parece-me, a inevitabilidade de nos deixarmos "enamorar" pelos e-books com o espírito possível que, e também só porque a mim me parece, nunca será o mesmo que na relação física com os livros.

    Abraço e desejo de bom dia hoje.

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    1. Maria! As evoluções são bem-vindas e trazem grandes vantagens, mas realmente nada se compara com aquele prazer do toque que só os livros proporcionam.
      Obrigado pela visita e comentário.
      Bom Domingo.

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  4. Para mim, e muito resumidamente, acho que os e-books são uma mais valia, a todos os níveis.
    Haverá sempre quem prefere ler em papel (onde eu me incluo) e vai continuar a comprar livros.
    Os e-books não vêm substituir o tradicional livro mas sim possibilitar uma maior divulgação da cultura e dos autores.
    Sinto o mesmo que o Emanuel quando diz que "Sou daqueles que escrevem por paixão mas não sou hipócrita ao ponto de negar que, no momento em que transformo a minha escrita em livro, o objectivo é vender e não me oponho nem discuto a forma como a minha escrita é comercializada."
    Eu vou continuar a comprar livros porque também prefiro de longe o prazer ter um livro na mão, de o ler deitada na minha cama ou no meu sofá... em silêncio, só eu e ele...
    Mas quem preferir, pela razão que fôr, a leitura em e-book é apenas uma questão de opção, fruto dos sinais dos nossos tempos.
    Obrigada, Emanuel, no teu artigo disseste tudo e, embora seja pelo PC, é sempre um prazer ler-te.
    Bom Domingo.

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    1. Maria Eugénia! E é um prazer contar com os seus comentários.

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