quinta-feira, 28 de fevereiro de 2013

EU FALO DE.... SOLIDARIEDADE AUTORAL


SOLIDARIEDADE AUTORAL

Todos sabemos e sentimos na pele que esta época em que vivemos fica marcada pela feroz concorrência que a sociedade no geral nos obriga a enfrentar em todos os aspectos da vida. Enquanto autor sei e compreendo que aqueles que escrevem querem ganhar o seu espaço mas também tenho consciência que nem todos jogam com as mesmas regras e valores.

Serve o parágrafo anterior de introdução a um tema que já abordei neste blogue, embora numa perspectiva diferente. Nesse artigo falei de autores que nunca são vistos em outros eventos que não sejam os seus ou efemérides das editoras pelas quais editam, neste falarei da falta de solidariedade entre autores e as razões que levam a que dentro do universo de escritores existam filhos e enteados.

A generalidade das pessoas sabe que à partida tem de “contribuir” com um determinado valor para poder editar. Quer se queira, quer não, a escrita é um negócio e é perante este cenário que temos de analisar as dinamicas de alguns autores. Existem aqueles que se sujeitam e investem nestas circunstâncias e outros que se recusam a fazê-lo. Entre aqueles que arriscam, alguns não ficam satisfeitos, para não dizer desagradados, e não voltam a editar enquanto outros, apesar de tudo, persistem. Até aqui nada contra.

No entanto, e falando em termos gerais porque conheço alguns autores que se recusam a editar nestas condições mas mantêm o espírito aberto e apoiam os restantes, este cenário inicial provoca em alguns “amargurados” um sentimento de rancor por aqueles que continuam em busca do sonho, em especial os que, aos seus olhos, são escritores “inferiores” a si. Não interessa se escrevem bem ou mal, conseguem editar e isso é suficiente para serem apelidados de “vendidos” ou “comerciais” e acusados de só editarem porque têm dinheiro para o fazer (pasme-se a descoberta), e por isso não lhes merecem qualquer incentivo ou apoio.

Apesar de não concordar com esta postura, consigo entendê-la melhor do que aquela que adiante mencionarei.

Deixemos de lado os autores que não editam ou que após a edição do primeiro livro deixam de editar e concentremo-nos naqueles que o fazem com alguma frequência.

Faz parte da natureza humana criar laços, sejam familiares, profissionais, sociais ou culturais. Nesta lógica é perfeitamente legítimo que entre autores também haja empatias e amizades muito fortes. Da mesma forma, também é natural ver autores que editam numa determinada editora terem contactos mais estreitos entre si do que com autores de diferentes chancelas. No entanto é neste ponto que a porca torce o rabo e muitos autores misturam alhos com bugalhos transformando laços de amizade em grupos quase hermeticamente fechados, sendo que, quem não joga com as suas cores deixa de ser bom escritor e por consequência deixa de contar com o apoio desse grupo. Eu digo “desse” mas existem inúmeros.  

Para ilustrar o que acabei de referir, darei como exemplo uma situação que ocorreu comigo e que sempre desvalorizei, embora o mesmo não possa dizer de algumas pessoas que se aperceberam do que se estava a passar e que tomaram como suas as dores que deveriam ter sido minhas mas que, repito, nunca cheguei a sentir.

O episódio ocorreu no Verão de 2011 após a minha primeira presença na POPULAR FM, onde anunciei em primeira mão que o meu terceiro livro, LICENÇA POÉTICA – duetos lomelinos, seria editado pela Lua de Marfim.

Logo nessa noite foram publicados alguns textos na internet que, apesar de não dizerem expressamente a quem se dirigiam, eram endereçados a mim. No dia seguinte a essa entrevista na rádio, fiz questão de marcar presença num evento e pasmem-se (eu não) algumas pessoas com quem tinha um relacionamento saudável, pura e simplesmente não me falaram, havendo inclusive quem me tenha virado a cara. Há testemunhas disso e durante toda a semana que se seguiu recebi chamadas de pessoas que se aperceberam do ocorrido, tanto na net como no evento e que se sentiam mal perante tudo aquilo. Mas tal como referi anteriormente, toda esta situação mereceu da minha parte uma completa desvalorização.

O mesmo nível de desvalorização que dei em Abril de 2012 a todas as mensagens, chamadas e comentários que recebi quando anunciei que iria apresentar o mesmo livro no Porto a convite da editora Universus.

Para mim sempre foi muito claro que existe uma diferença substancial entre o Emanuel Lomelino – pessoa – e o Emanuel Lomelino – autor. Enquanto o primeiro tem uma postura social uniforme e sem distinções, o segundo encara com realismo todas as situações que o podem beneficiar, a si e à obra.

Sem querer dar importância a algo que não a merece, usei este exemplo para dizer que a generalidade dos autores não consegue ver para além do seu próprio umbigo nem assimilar que existem outros que procuram diferentes saídas, soluções e caminhos quando confrontados com oportunidades de dar outro rumo à sua obra. Infelizmente, para muitos ainda é difícil aceitar que alguém do mesmo meio tenha mais sucesso ou maior visibilidade.

Enquanto autor, sei quais as dificuldades que outros têm para verem os seus sonhos transformados em livro e por isso não me custa absolutamente nada dar uma mão e ajudar através das ferramentas que tenho ao meu dispor e em algumas circunstâncias comparecer nos eventos para dar uma força extra e incentivar.

Também tenho consciência que o facto de neste momento ter um contrato de edição não quer dizer que sou melhor do que outros nem que continuarei a receber propostas de edição nos mesmos termos ou semelhantes. Pura e simplesmente aproveitei, enquanto autor, uma oportunidade sem que o homem deixasse de tratar todos os outros da mesma forma que até aí.

O mesmo não poderei dizer de alguns individuos que mudam completamente a sua forma de estar quando conseguem entrar em alguns núcleos mais elitistas (os que publicam em editoras maiores e/ou em órgãos ligados às artes) muitas vezes evitando misturar-se com os demais em público. Por acaso conheço um que fica embaraçadissimo quando me encontra em eventos de “amigos” seus.

Aqueles que me conhecem e convivem mais de perto comigo sabem o quanto fico satisfeito quando outro autor consegue alcançar voos mais altos, mesmo mais altos que os meus.

Mas, como referi no início deste artigo, vivemos numa sociedade em que quase é exigida competição e a maioria das pessoas actua em conformidade esquecendo que estamos todos no mesmo barco, independente da chancela pela qual editamos e das condições em que o fazemos.

Por minha parte, podem ter a certeza que continuarei, dentro das minhas possibilidades, a dar destaque a todos os autores lusófonos, seja na divulgação de eventos, com presenças nas sessões de lançamento e apresentações, ou utilizando os meus espaços da internet para lhes dar maior visibilidade. Tenho a certeza que ajudando outros a crescer também o Emanuel Lomelino autor cresce.


MANU DIXIT

 

50 comentários:

  1. Olá!
    Cá está o artigo pelo qual tenho esperado... Tenho de admitir que fiquei um pouco aturdida (ainda que não surpreendida!) com algumas das situações referidas pelo Emanuel. A natureza humana é muito complexa e, por vezes, contraditória. Apesar de sermos naturalmente gregários, continuamos a procurar passar por cima uns dos outros como que a fazer valer a máxima da «sobrevivência do mais forte». Interrogo-me se valerá a pena sobreviver se não tivermos ninguém com quem partilhar as tão almejadas vitórias. A mim não me faz sentido, mas eu reconheço e admito que preciso dos outros. Preciso do seu incentivo, da sua solidariedade, da sua amizade, do seu companheirismo, assim como preciso de oferecer-lhes os meus.
    Agradeço ao Emanuel pela oportunidade de ler e refletir sobre este assunto. :-)
    Marta Teixeira Pinto

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    1. Marta!
      A sociedade actual rege-se por valores baseados no individualismo e nada do que aqui aponto é feito de forma camuflada, embora encapotada. Muitos foram os autores que deixaram de publicar por sentir na pele o mesmo género de acções de que fui alvo, com a diferença a residir no facto de não terem o mesmo "arcaboiço" ou poder de encaixe, e não terem sabido construir em seu redor as defesas necessárias. Cada um de nós tem a sua própria sensibilidade e forma de reagir a pressões exteriores e nesse contexto é natural que alguns, menos preparados, sintam com maior intensidade a violência destes comportamentos.
      Obrigado pela partilha de reflexão.

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  2. Subscrevo o que disse.
    Infelizmente a escrita nos dias que correm é um espaço onde a concorrência é o valor dominante.

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    1. António! Quando honesta, a concorrência é boa e ajuda ao crescimento dos autores. O que não é saudável é a falta de solidariedade, o exacerbamento de alguns egos e, acima de tudo, a criação de elitismos bacocos. Afinal de contas, estamos todos no mesmo barco mas com alguns a remar contra-maré.
      Obrigado pela visita e comentário.

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  3. Este artigo é muito pertinente e corresponde , sem dúvida, a situações reais de que eu tenho conhecimento, felizmente, mais por “ouvir falar” do que sentir na pele.
    Nem sequer me interrogo porque não sinto na pele, se é por ser distraída, que o sou, se é por não dar a mínima importância a mesquinhices, que não dou, ou se é por não ter aquele sucesso que dá nas vistas e suscita inveja e inimizades.
    Eu escrevo , adoro escrever e gosto de partilhar o que escrevo, seja editando ou simplesmente mostrando a amigos.
    Quando editei o meu 1º.romance a minha grande preocupação era saber o que as pessoas achavam da minha escrita e dei-me ao trabalho de pedir e compilar todas as críticas.
    Lembro-me que uma apenas “conhecida” minha me fez uma crítica extremamente negativa do livro, talvez a crítica que mais triste me deixou porque não deixava em aberto a hipótese de continuar a escrever e a editar.
    Mas eu não sou de desistir nem de me deixar abater por estas coisas, aceitei a critica e guardei para mim, sem qualquer tipo de sentimento que não fosse a vontade de melhorar e de continuar a tentar.
    Já depois do meu 2º.livro ser editado fui convidada pela minha nova editora a coordenar uma equipa para o projecto “Heróis à Moda de…”, neste caso “à moda de Lisboa”. E sabem de quem eu me lembrei de convidar para participar? Daquela minha “conhecida”, que ainda não tinha editado mas que eu sabia que escrevia bem… e ela aceitou. Hoje considero-a minha amiga, já editou o seu 1º.livro (por sinal muito bom) e está a dedicar-se mais à escrita. Afinal, ela apenas disse o que pensava, sem palmadinhas nas costas.
    Isto para vos dizer que só temos que continuar a acreditar em nós e seguir em frente. O que os outros pensam (e fazem) é importante, sim, mas para tentarmos ir mais além e ser melhores autores.
    Quanto às editoras, também não sinto essa pressão, nem me sinto presa à editora pela qual já editei 3 livros e coordenei 2. Se outra editora me convida e eu acho o projeto/proposta interessante aceito. Não sou de ninguém e como não tenho nenhum contrato de exclusividade, se o editor não fica muito contente por eu ter editado por outra editora o problema é dele.
    No fim, o que interessa mesmo é progredirmos como autores e continuarmos a ser a mesma pessoa, com mais ou menos sucesso. E há lugar para todos, para quê estas coisas? Só temos é que nos unir a apoiar, a bem da literatura!
    Obrigada, Emanuel, por esta reflexão…

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    1. Maria Eugénia!
      Os autores tem de unir esforços e pensar que o único contrato de fidelidade que assinam é com a escrita.
      Obrigado pela partilha.

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  4. Como eu te compreendo,Manu.
    Gosto de entrar neste teu blog e, encontrar-me nas tuas palavras.
    Beijo, poeta amigo.

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    1. Não esperava outra coisa! ;)
      É bom sentir que as nossas palavras são lidas.
      Beijoca.

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  5. Plenamente de acordo com a maior parte ou, se calhar no seu todo, desta opinião do Emanuel Lomelino.

    Sem mais delongas, aquele abraço poeta.

    António MR Martins.

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  6. Palavras com um sentimento da verdade...como a descreve

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    1. Gilberto! Para mal dos nossos pecados.
      Obrigado pela visita.
      Forte abraço.

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  7. Depois de ler as tuas palavras surgiram em mil histórias que vi eou vivi com este tema mas não vou contar nenhuma nem dar exemplos pois o teu artigo é muito claro e já dá para quem quiser e ou souber refletir.
    Acrescento somente que enquanto os autores tiverem ego em demasia nada feito e enquanto não entenderem que não há competição em escrita mas sim união e multiplicação de ideias, nada muda.
    Conclusão os autores que deviam ser mais sensíveis pois a escrita é feita de sensibilidade são exatamente como a sociedade "moderna" conceptiva sem olhar a meios e valor murais muito poucos. Mas claro que há exceções e tu és uma delas que eu sou testemunha.

    Beijinhos
    Ana Coelho

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    1. Ana! Sim, existe muito ego exacerbado nestes tempos de inversão de valores.
      Beijo.

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  8. Boa Noite Manu,
    Li com o misto de dois sentimentos: Feliz pelas tuas tão verdadeiras palavras e triste por esta realidade.
    No meu caso, não sou escritora nem poeta.
    Escrevi em 2011 sob pseudónimo um livro, que relata uma história real sobre um tema em que existe muito preconceito: Auto Mutilação(note-se que por razões várias que não interessa referir, o livro no seu conteúdo acabou por sair com deficiências que não desejava, mas a mensagem que desejava passar estava lá.
    Escrevi com dor, e com sofrimento pelo reviver de uma situação passada na minha vida.
    Escrevi por não existir nada que relatasse o lado de quem vive dentro de casa essa situação.
    Escrevi porque existia muito pouca informação sobre o assunto.
    Escrevi porque em pleno Séc. XXI é inadmíssivel continuar a existir preconceitos, vergonha, sobre esta realidade em que jovens e menos jovens sofrem, e sofrem uma dor atroz.
    Escrevi como alerta para pequenas coisas que podem alertar e para perceberem que podem ser tratados com êxito.
    Até à data, era acarinhada por muitos. "Amiga" para cá... "Amiga para lá". Três meses depois, pela divulgação de uma Apresentação, uma pessoa muito querida que na época não conhecia, nem sequer era minha amiga, tomou a iniciativa de contactar os canais de televisão e falar do livro.
    Fui à SIC sem mostrar o rosto e com distorção de voz. Na época existia quem me associasse. Da parte da Editora foi-me pedido que não falasse da mesma, porque o importante era o tema e só o tema.
    Sem sequer sabermos que iriam mostrar, colocaram a capa do livro no écran gigante.
    Sim Manu, foram muitas as mensagens que recebi e pessoas que se afastaram.
    Questionaram-me inclusivé como era possível ter conseguido ir à TV, Esquecem-se que para mim, foi terrível escrever... foi terrível ir dar o testemunho e que somente há três semanas o li.
    Anteriormente não fui capaz.
    Esta é a rivalidade que existe e num livro sem simples na linguagem pois era ponto acenhte para mim que deveria ser entendido por todos, independentemente do grau de escolaridade e sem qualquer pretensiosismo,
    Fui sim colocada de lado. Foi aí que silenciosamente comecei a observar os tais grupos.
    Não tenho qualquer problema em ir a lançamentos de outros autores e editoras. Já fui, sempre que me é possível e, continuarei a ir.
    No que observo muitos se ou são colocados num pedestal, como dizes acima com egos exacerbados.
    Muito pertinente este teu post.
    Beijos
    Joana Carvalho

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    1. Joana!Este blogue fica enriquecido com este testemunho. Infelizmente escrever sobre temas "tabu" ou incomodos também gera comportamentos preconceituosos. Há que saber lidar com eles relativizando a sua importância.
      Obrigado pela partilha
      Beijo

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  9. Olá querido Amigo!
    Sim, Amigo não me importa em nada onde editas. O que desejo é que mais edições venham e que na próxima eu possa estar presente para te dar aquele abraço, que não me foi possível pelo primeiro aniversário duma sobrinha neta longe de Lisboa.
    Gostei muito do que escreveste e subscrevo por baixo.
    Já escrevinhei em prosa e não só sobre este tema.Foi a primeira grande desilusção para mim. Via escritores, poetas... pessoas ligadas à cultura e arte, com uma sensibilidade que julgava eu ultrapassava esses sentires mesquinhos e baixos.
    Mas existem e como existem Manu.
    Felizmente existem excepções... como tu e como outros. Se somos minoria? Somos... mas que bom sermos diferentes.
    Também senti na pele com o lançamento do meu 1º livro em Setembro passado. "Amigos" que acompanhavam os meus posts? E não me refiro aos que não puderem estar... poucos, mas bons. Tive um lançamento de sala cheia e muito variada.
    Tudo o que notas nestas rivalidades e pseudo elites igualmente eu observo. Digo pseudo elites... porque tenho o privilégio de conhecer/conviver com quem seja dos maiores autores actuais do nosso país e nada observo, das pessoas que pelo Face... andam. São simples, mantiveram-se iguais mesmo com livros publicados em todo o mundo.
    O Ser, faz toda a diferença. Não são de todos pavões emproados, prontos a deitar abaixo os outros. Pelo estatuto que já alcançaram? Não... porque não mudaram.
    Bem hajas pelo teu excelente post.
    Assino por baixo.
    Beijinhos
    Susana Maurício

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    1. Susana! Dei o meu caso como exemplo porque não seria correcto nem ético da minha parte fazer referência a situações similares mas alheias. Sim, é pena que existam e dificilmente deixarão de existir. Um dos aspectos que mais tenho pensado desde que escrevi este artigo tem a ver com as diferentes sensibilidades de quem é alvo deste género de comportamento. Infelizmente alguns bons autores deixam de publicar para não sofrerem represálias.
      Obrigado pelo testemunho.
      Beijo.

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  10. Boa noite Emanuel.
    Sempre que posso acompanho as tuas palavras com muita atenção e amizade.
    E é de amizade que quero, sobretudo, falar.
    No meu cargo actual profissional conheço um pouco a realidade do tema aqui focado e foi com um sorriso no rosto que li algumas das tuas palavras.
    De imediato me ocorreram algumas palavras:
    "Este é o Emanuel que eu conheço e admiro. Directo e honesto."
    Conheço, e sou amiga, de muitos autores editados e ainda mais autores que nunca editaram. Alguns deles reconhecidos, e publicados, mundialmente. Curiosamente alguns destes últimos são, quase sempre, os mais simples, os mais afáveis, sem "manias elitistas " e seres humanos fantásticos.
    Conheço outros autores com "manias elitistas" idiotas, sem razão de ser e que se acham o máximo só porque meia dúzia de outros seres semelhantes lhes dão palmadinhas nas costas.
    Depois conheço ainda, alguns excelentes autores que nunca foram publicados, por razões várias, e que nunca o irão ser e que são pessoas extraordinárias.
    No desempenho do meu cargo profissional, sem querer saber se um autor editou por esta ou aquela editora, tento ser presente e apoiar todos os autores que posso.
    Tenho recebido criticas por isso, por ser assim, por me preocupar mais com o autor, amigo ou não, da editora onde estou, ou de outra qualquer porque muita gente, supostamente inteligente, ainda não percebeu que independentemente, das guerras de editoras, e da vaidade descabida de alguns autores, eu sou dona da minha pessoa e vou, e apoio, quem eu acho que o merece, que tem mérito.
    Alguns, editores e autores, ainda não entenderam que o importante é que não se percam obras fantásticas, obras fabulosas, e que se não se fizer o devido registo delas poderão perder-se, acabar numa qualquer lixeira após a sua morte.
    Quem perde?
    Todos nós e a cultura de um povo que fica amputada.
    Desculpa-me Emanuel pelo alongado comentário, quando comecei era só para deixar algumas palavras e deu nisto, e só não dá mais porque coloquei um travão a mim mesma para me impedir de ir mais além.
    Li os comentários anteriores, e a todos, creio que no geral, amigos de quem gosto muito, deixo um beijo amigo muito grande.
    Para ti amigo, também, um carinhoso beijo amigo.
    Maria José Lacerda
    (...áh...a minha célebre maneira...bem conhecida de todos vós...aviso...que escrevi...não li...muito menos reli...que me limitei a escrever o que senti...e publiquei...por isso se houver algum erro...ou faltar alguma vírgula...relevem.)


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    1. Maria José!
      Continua assim!
      Beijocas

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    2. Assino por baixo as palavras da Maria José Lacerda.
      Junto a ela, conheço essa realidade e comungo do mesmo sentir.
      Sem dúvida que a Zé vai continuar sempre assim. Igual a si própria.
      Beijocas
      Susana

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  11. Boa tarde a todos e em especial ao autor deste blogue.

    Só para informá-lo do seguinte: talvez o Emanuel não saiba - acredito que não saiba! - que numa editora "a sério", repito, numa editora "a sério" e há várias, um autor NUNCA PAGA ! Pelo contrário! Se o seu livro é aceite para publicação depois de lido e analisado, é pago um adiantamento. E mais! Quando um autor está numa boa editora, essa editora não o quer deixar fugir...

    Sabia disto?Talvez não soubesse uma vez que os seus contactos, pelos vistos, não são de grande exemplo.

    Era só isto. Uma boa tarde.

    Bolo rei seco e esfarelado

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  12. E já agora, com sua licença, acrescento: mas o senhor acha mesmo que todos os escritores e poetas estão ao mesmo nível uns dos outros? Acha que os autores de 1ª divisão se podem comparar, entender, solidarizar, falar a mesma linguagem com autores de 3ª, 4ª, 5ª divisão? Acha mesmo? Acha que um Lobo Antunes, um João Tordo, um Mário de Carvalho, um Joel Neto, um Jaime Rocha, uma Teolinda Gersão, uma Y. Centeno, uma Inês Pedrosa, uma Cristina Carvalho, uma Patrícia Reis, uma M. Teresa Horta teriam esse discurso e essa paciência que o senhor invoca? As diferenças são abissais, sempre foram e hão-de ser. Em Portugal e em toda a parte do mundo. Esse tipo de solidariedade não existe.
    Peço desculpa, mas acho que tudo isto, estas suas observações passam-se noutro planeta.
    E para terminar, o Lomelino escreveu acima - erméticamente. Esta palavra escreve-se com - h - e, sendo adverbio de modo, não leva acento. Deve emendar.

    Bolo rei seco e esfarelado.

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    1. Erro ortográfico à parte, desde já lhe agradeço o reparo, creio que apesar de lhe poder dar alguma razão num ou outro ponto, não estou tão longe da realidade como advoga. Felizmente, dos nomes de autores que referiu, conheço alguns e garanto-lhe que não tão parcos em solidariedade como diz, bem pelo contrário. São solidários ao ponto de indicar caminhos, apontar defeitos e sugerir soluções. No fundo aquilo que separa o meu texto do seu comentário é simplesmente a interpretação que lhe dá, uma vez que, se ler com a mesma atenção com que tem observado os erros ortográficos, poderá verificar que falo em autores de menor visibilidade que se atropelam entre si por motivos que deveriam ser de união e nunca de afastamento.
      Por acaso conheço muito bem essas editoras sérias que refere, as mesmas que me pediram mundos e fundos para editar sob a sua chancela. Felizmente para autores menores como eu existem as outras, as mais pequenas em tamanho e condições mas que me permitem editar a minha poesia e existem autores consagrados que lêem e comentam a minha poesia sem me rotularem escritor de categoria inferior.
      Em relação à seriedade das editoras apenas lhe digo que não podemos medí-la pela sua dimensão ou nos meios que têm à disposição mas sim pela seriedade com que fazem o seu trabalho. Não deixam de ser sérias por cobrar para editar. Sejam as pequenas que me editam ou as Assírios, Pergaminhos, Caminhos, Relógios D'Água e outras que pedem quantias exorbitantes. Afinal estamos a falar de um negócio.
      Num ponto tenho de concordar consigo, vivemos em mundos bem diferentes.
      Obrigado pela visita e comentários.

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  13. Agradeço a resposta.
    Não querendo contrariá-lo - não é essa a minha intenção, venho em paz! - mas posso garantir-lhe com absoluta segurança - note! Com absoluta segurança! - que sei que nenhuma editora de nenhum destes grupos editoriais de referencia, propoe pagamentos prévios aos seus autores! Nenhuma! Como lhe disse há pouco, muito pelo contrário! Os adiantamentos são uma realidade!

    Sim, vivemos em mundos bem diferentes! É bem verdade!

    Uma boa noite e até sempre!

    PS - Não consegui colocar acentos circunflexos porque o meu teclado uma vez escreve-os e outras vezes , não! Peço deculpa.

    Bolo rei seco e esfarelado

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    1. O princípio do contraditório é a base de discussões saudáveis.
      Perante a sua absoluta certeza e as respostas que recebi dessas editoras de referências só me resta concluir que para todas as regras existe uma excepção e neste caso a excepção fui eu! Não creio.

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  14. Pois. Mas a verdade é que eu só falo com essas tais certezas, quando realmente, as tenho. E isso que lhe disse, que as editoras "a sério" não cobram a ninguém, é a verdade.
    Disso pode estar certo.

    Agradeço.

    Bolo Rei Seco e Esfarelado

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    1. Se estiver a falar de Assírio, Caminho, Pergaminho, Relógio D'Água ou Minerva,para referir apenas algumas, vai ter de rever a sua definição de "sérias" porque todas estas me pediram dinheiro (e não foi pouco).

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  15. Bom dia, senhor!

    Uma maneira de praticar uma boa dissuasão sem ofender ninguém é pedir uma razoável quantia de dinheiro.
    O senhor acha que a Assírio, Caminho, Pergaminho, Relógio D'Água - essas editoras que refere - iriam ter nos seus catálogos escritores e poetas de menor qualidade?
    Sabe que essas editoras muito antigas e de muito nome têm um corpo de analisadores e leitores de obras a publicar, impressionante. Eles sabem o que estão a fazer. Não! Não editam nem publicam qualquer um.
    Para isso existem essas editoras que publicam a eito sem qualquer critério de qualidade. Puro negócio. E vai o mau e o bom e o assim-assim, tudo a eito. O senhor sabe que é assim. Esses "editores" são tão "editores" como o senhor é marinheiro. Atenção! Abramos os olhos! As redes sociais muito têm contribuído para este convencimento de qualidade que as pessoas julgam ter. E isto é mau. Não é verdade. E essas pequenas editoras - que as há cada vez mais - cumprem os sonhos das pessoas. Cumprem os sonhos de estrelato de 5 minutos das pessoas por uma quantia razoável e fácil de pagar. E depois sãos livros invisíveis: não são distribuídos, não circulam nos meios competentes, não estão nas livrarias (só por 15 dias),não são criticados como deviam ser, não são falados, ninguém os conhece, não vão a concursos, não se apresentam em festivais literários e, na feira do livro, estão no pavilhão dos pequenos editores, tudo à molhada sem relevo e sem graça.
    Queria desculpar, mas a ilusão não se devia manter eternamente. A ilusão quando perdura é uma coisa má. Não é uma coisa boa.

    Atenciosamente. Um bom domingo.

    Bolo rei Seco e Esfarelado

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    1. Ora bem! Agora que chegámos a um concenso e ambos estamos de acordo quanto à "forma de dissuasão" que as grandes utilizam, ficamos perante duas questões:
      Sobre a primeira não me alongarei muito porque recentemente escrevi aqui um artigo sobre o assunto, trata-se da definição de qualidade, julgo que não criarei polémica com esta minha afirmação, quando digo que o termo é tão lato quanto abstracto uma vez que a nossa noção que qualidade está intimamente ligada ao que gostamos e por essa razão existe tanta diversidade de escritas e escritores quantos os gostos dos leitores.
      Em relação às pequenas editoras, concordo quando diz que a cada dia que passa surgem mais e que muitas delas não passam de autênticas gráficas que vendem ilusão a preços mais acessíveis fazendo com que muitos livros vivam na obscuridade. No entanto, devemos saber separar o trigo do joio e tendo em conta a definição de qualidade das "grandes", só desta forma se consegue dar alguma visibilidade a alguns bons autores que querem fazer carreira na escrita. Posso dar-lhe um nome (porque conheço o autor e por acaso já tive uma conversa com ele sobre este tema) Casimiro de Brito, que dispensa apresentações, já editou (falando só em Portugal) em mais de vinte editoras e apenas duas delas são chamadas "grandes", para além das edições de autor. Sei que ele não se sente minimamente preocupado com a dimensão das editoras pelas quais publica e também não se sente incomodado por editar em chancelas que editam autores menores como eu (só para servir de exemplo). Aliás, é por ter publicado em duas das editoras que editaram livros dele que tive a honra de o conhecer pessoalmente e mostrar-lhe a minha poesia menor que por outro mero acaso já esteve em destaque em algumas feiras internacionais ao lado dos seus livros.
      Continuação de bom Domingo.

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  16. O senhor Casimiro de Brito é o seu ponto de referência, se bem entendo...
    Enfim...

    BRSE (Bolo Rei Seco e Esfarelado)

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    1. Não é o único (mal de mim) mas é um dos poetas referência, sim. E serve perfeitamente para servir de exemplo daquilo que tenho estado a dizer: a favor ou contra, não podemos radicalizar as opiniões mais não seja porque todos temos de começar por algum lado e aquilo que no fundo vai separar os bons dos mediocres é a evolução do nosso percurso.

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    2. O que vai separar e fazer distinguir os bons dos medíocres é a evolução do percurso, sim, o trabalho, o estudo, a leitura, a demonstração do que se aprendeu, a constatação de uma qualidade que não é assim um assunto tão abstracto quanto o senhor E. Lomelino acha. O que vai fazer distinguir os bons dos medíocres, é uma aceitação generalizada de um público vasto e desconhecido, um público que reconhece a diferença, um ou outro concurso que se ganha, um ou outro prémio que se obtém. Os prémios são uma realidade aqui e em todo o lado no mundo. São os prémios que proporcionam a visibilidade merecida, são os prémios que proporcionam o aplauso desejado. E os prémios ganham-se - e os concursos também - porque foi reconhecida a qualidade. Não! A qualidade não é um tema subjectivo. A qualidade define-se por um conjunto criterioso de atributos,uns "académicos", outros estéticos, outros criativos, outros etc, etc. Não existe subjectividade na apreciação da qualidade, ainda que isto lhe possa parecer estranho e incómodo.
      Em toda a arte em geral, a qualidade é assunto muito exigente e poetas e escritores não escapam a essa apreciação. Ninguém sobressai sem qualidade. Ninguém. Sobressai, num mercado tão pequeno e especial como o nosso, bem entendido. Sabe que os júris dos concursos literários e de poesia não são constituídos por gente ignorante e pouco atenta. Esses júris, tanto quanto sei, são constituídos por especialistas na matéria. Logicamente que não me estou a referir ao júri do concurso lá da terra, não é?
      Acredite no que lhe digo.
      E eu sei do que estou a falar. Do que tenho estado a falar.

      Mas fico-me por aqui.

      Desejo-lhe, sinceramente, um resto de bom Domingo.

      BRSE

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    3. As opiniões diferentes das minhas não me incomodam, bem pelo contrário, são bem vindas porque me fazem refletir nos assuntos.
      Perante o que acaba de dizer, um qualquer leigo (onde me incluo sem problema algum) poderá deduzir que a qualidade de um autor como Manuel António Pina só foi reconhecida em 2011, pois somente nesse ano recebeu um prémio literário de prestigio. Não creio que toda a sua obra fosse assim tão falha de qualidade! Neste caso em concreto, creio que só o ganhou porque os critérios de qualidade dos membros desse júri diferiram sobremaneira daqueles utilizados pelos seus predecessores. Assim sendo, não vejo como se pode dizer que a definição de qualidade não é lata e abstracta. Os concursos e prémios literários destinguem obras e autores e dão mais visibilidade e mediatismo mas os parâmetros pelos quais se regem são diferentes, logo definem diferentes graus e perspectivas de qualidade.
      Por outro lado, ambos sabemos que ao longo dos tempos sempre tivemos sobreposições de tendências a nível artistico e o que para uns é bom para outros não tem nenhum valor. Para os renascentistas o barroco não tinha qualidade e vice versa mas em ambos havia qualidade e por isso ainda hoje são alvo de estudos.

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  17. Meu caro Lomelino - permita-me que abra um pouco mais o nosso cordial tratamento - O Manuel António Pina deve ter sido dos poetas portugueses que mais prémios ganhou ao longo da vida.
    A saber:

    1978 - Prémio de Poesia da Casa da Imprensa (“Aquele que quer morrer”);
    1987 - Prémio Gulbenkian 1986/1987 (“O Inventão”);
    1988 - Menção do Júri do Prémio Europeu Pier Paolo Vergerio da Universidade de Pádua, Itália (“O Inventão);
    1988 - Prémio do Centro Português para o Teatro para a Infância e Juventude (CPTIJ) (conjunto da obra infanto-juvenil);
    1993 - Prémio Nacional de Crónica Press Club/ Clube de Jornalistas;
    2002 - Prémio da Crítica, da Secção Portuguesa da Associação Internacional de Críticos Literários” ("Atropelamento e fuga");
    2004 - Prémio de Crónica 2004 da Casa da Imprensa (crónicas publicadas na imprensa em 2004);
    2004 - Prémio de Poesia Luís Miguel Nava 2003 (Os livros);
    2005 - Grande Prémio de Poesia da Associação Portuguesa de Escritores/CTT (Os Livros);
    2011 - Prémio Camões.[3]

    Como vê...desde o Prémio Gulbenkian até ao prémio Luís Miguel Nava (qual deles o mais importante...)

    Não falemos nunca do que não sabemos!

    Com sua licença.

    BRSE

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    1. Pressupor o meu desconhecimento dos dados referidos é um exercicio errado tanto mais que omitiu na lista duas distinções; não sei se por mero lapso ou numa tentativa de provar a sua tese, vou acreditar que a omissão se deve à primeira hipótese.
      Se fiz referência apenas ao prémio Camões não foi por negar importância aos outros mas sim porque de entre todos esse é o único que vai de encontro ao argumento que usa no comentário anterior. O Prémio Camões é o único (pode facilmente comprovar isso) cuja atribuição tem influência directa na maior procura das obras do autor referenciado.
      Quanto à sua máxima de não falar do que se desconhece, creio que foi apenas um desabafo pois creio que acredita que o simples facto de se falar das coisas pode ser educativo e foco de aprendizagem.
      E termino agradecendo-lhe, embora tenha consciência que a sua responsabilidade é involuntária pela aversão que tem a coisas pequenas, inferiores e menores, por ter conseguido com os seus comentários transformar este blogue que até aqui tinha uma média de menos de 100 visitas diárias, num blogue que foi visitado por quase um milhar de pessoas em cada um dos dias deste fim de semana.
      Obrigado

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  18. Boa noite.
    Vim por aqui, mais uma vez, e achei caricato, hilariante, as palavras deixadas por alguém que nem com o seu nome assina (não me parece que Bolo rei seco e esfarelado seja o seu nome real.
    Poderia dizer-lhe muito coisa mas vou ser curta e directa:
    Conheço pessoalmente, muito bem, e sou amiga no real de alguns dos nomes que esse BRSE menciona, um deles António Lobo Antunes almoçamos e jantamos várias vezes por semana, e garanto que ele lê, com muito respeito e admiração, algumas das obras dos apelidados, pelo BRSE, de autores de divisões inferiores.
    Perante a realidade que conheço no terreno, e posso provar, ao BRSE aconselho-o a ler mais e a escrever menos disparates. O mundo das letras saí a ganhar.
    Emanuel uma gota de água não faz um oceano, e sabendo nós que somos imperfeitos, que por muito que se faça não conseguiremos agradar a todos, daqui, com carinho, recebe um enorme beijinho.
    E faz o favor de continuar a ser como gostas e te gostamos.
    Maria José Lacerda


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    1. Maria José! Conhecendo-me como conheces sabes que nunca negarei a nenhum dos que por aqui passam o seu direito de comentar e expressar as suas opiniões e convicções. Mesmo aquelas que são contrárias ao meu entendimento. Desde que todas mantenham o nível de respeito para com os demais e proporcionem discussões saudáveis, são bem-vindos.
      Um beijo grande, amiga.

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  19. Bom dia e uma boa semana,

    Uma última pergunta e fica satisfeita a minha curiosidade:

    Nessa agenda cultural, com actividades várias da semana, lançamentos, etc, porque é que estão APENAS E SÓ mencionadas essas actividades que não são, propriamente, da tal "1ª divisão?"
    Com tanto lançamento de escritores tão conhecidos, com tanta aprsentação de óptima música em espaços jazz, com inauguração de exposição de um dos nossos melhores pintores, com o concerto que vai acontecer no CCB...
    Porque é que não anuncia nada disto?
    Porque é que não dá a informação que Hélia Correia - uma das nossas melhores e mais consagradas poetas - ganhou o prémio de poesia há 1 semana no grandioso encontro literário Correntes D'Escritas com o seu livro "A Terceira Miséria?"
    Porque é que não diz que o Correntes D'Escritas, este ano, foi dedicado à poesia?
    Mas que agenda é esta? Estará o senhor a alimentar um já tão desgraçado interesse pelo que, realmente, se faz de muito bom neste país com enormes repercussões internacionais?
    É só aquilo que anuncia?
    Olhe que há mais! E, se calhar, melhor do que o que anuncia...

    Vá lá! Reveja esta situação...É para isto que também servem os blogues, não é?

    Desejando um bom dia com pouca chuva e menos frio

    BRSE

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    1. A resposta à sua questão pode ser dada com dois argumentos: O primeiro e mais óbvio remete-nos para o subtítulo deste blogue, por muito que me agrade música, teatro, cinema e exposições de arte, este blogue foi idealizado para dar destaque a questões literárias.
      O segundo prende-se com o simples facto de, entre as várias opções que existem, eu dar preferência e maior destaque a eventos que de outra forma não o terão. Digamos que é uma linha editorial deste blogue e que a assumo sem qualquer problema.

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  20. E faz muito bem! Tem de haver linhas editoriais para tudo e para todos!
    O que eu queria dizer é que poderia anunciar também outras novidades igualmente interessantes. Assim cumpriria dois deveres de franca utilidade: dar a conhecer o que já dá a conhecer e ainda outro género de coisas, quem sabe, também tão interessantes, não é?

    Omitiu, talvez sem reparar, na chamada de atenção que lhe fiz sobre este importantíssimo acontecimento terminado há pouco: o Correntes D'Escritas...
    E também omitiu lançamentos de escritores portugueses...

    Mas enfim, noto com inequívoca alegria e porque o senhor me diz, que o seu blogue, de um momento para o outro subiu, incrivelmente, o número de visualizações.

    Já pensou porquê? Talvez tenha passado de um pouco, como direi?, "pasmaceira" a algo mais "inquietante", não?

    Termino, aqui, as minhas observações literárias que foram, apenas, átomos de migalhas.
    Quis eu constatar, que no seio das obras ditas "menores", também há ódios...

    Creia-me, agradecido e sempre atento e nunca, por nunca ser atrevido, malcriado ou inoportuno

    Aceite os meus melhores cumprimentos e desejo-lhe que "cresça" e consiga aparecer. Será bom sinal.

    BRSE

    O facto de não assinar o meu verdadeiro nome não me torna agressivo ou malcriado, como vê. Agressivas e malcriadas são, geralmente, as pessoas que assinam com o nome autenticado.

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  21. Para terminar, finalmente, a minha visita a este blogue, é mesmo a última coisa:

    Diz o senhor, como subtítulo, o seguinte: VAMOS FALAR DE TUDO O QUE ESTÁ RELACIONADO COM LITERATURA

    Não é verdade! Nem pouco mais ou menos!
    Lamento!
    Tinha aqui um belo sítio para, de facto, falar e dar a mostrar, porque não "ensinar" (no melhor dos sentidos, esta palavra "ensinar", tudo - O QUE ESTÁ RELACIONADO COM LITERATURA.

    Cordialmente e até sempre, desejando-lhe saúde e vida longa.

    BRSE

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    1. A mim não me incomoda absolutamente nada que assine Bolo ou Nuno, é-me completamente indiferente desde que o diálogo se mantenha saudável.
      Uma vez mais divergimos na interpretação que damos aos factos, aquilo que apelida passagem de "pasmaceira a inquietante" para mim releva curiosidade das pessoas em acompanhar uma conversa entre dois individuos com formações civicas e académicas bem distintas apesar de terem entre si uma diferença etária não superior a 5 anos. Sabe que a cusquice humana tem destas coisas.
      Por último... ensinar eu? O meu 9º ano de escolaridade não me habilita a tanto, limito-me a escrever o que penso sobre as coisas abrindo assim lugar ao debate. Acho que o melhor seria dizer que com este blogue posso vir a aprender algumas coisas. E assim tem sido!
      Mais uma vez obrigado pela possibilidade de diálogo que me proporcionou.

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  22. Boa tarde, senhor EL! Como vai?

    Constipações, resfriados e gripes atacam em todas as frentes! Atenção,pois! Foi o que me aconteceu.

    Vou dizer-lhe uma coisa: tem de "aprender" a fazer a pontuação correcta, quando escreve. Por exemplo, nesta sua frase (a última)a qual vou transcrever: Mais uma vez obrigado pela possibilidade de diálogo que me proporcionou.
    A pontuação é a seguinte: Mais uma vez, obrigado, pela possibilidade de diálogo que me proporcionou.

    Devemos ser rigorosos em tudo, até numa simples vírgula. Precisa muito de rever a sua pontuação e a construção frásica.
    Olhe, a palavra "cusquice" é bimba. Não a empregue. É vulgar demais.

    Knowledge is Power - Conhecimento é poder.

    Sempre atenciosamente e desejando-lhe um dia o mais agradável possível neste mar revolto de inquietações,

    BRSE

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    1. Sem querer ser sempre do contra, reformularei essa frase e creio que a questão das vírgulas deixará de fazer sentido.
      Mais uma vez agradeço pela possibilidade de diálogo que me proporcionou. Como nenhum dos elementos da frase é descartável não necessita ficar isolado por vírgulas.
      Quanto à cusquice... prefiro-a a estrangeirismos, mesmo acompanhados de tradução desnecessária.
      Desejo-lhe francas melhoras do seu estado de saúde. Ficar doente é um luxo ao qual não me posso entregar.

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    2. Eu, Maria Susana Maurício, lamento ler determinadas passagens dos comentários do Sr. BRSE.
      Eu, Maria Susana Maurício, tenho igualmente o prazer de conhecer um dos grandes escritores que acima mencionou: António Lobo Antunes. Pelo ser humano que ele é, nunca diria nada do que li escrito pelo Sr. BRSE. ALB ultrapassa em muito este tipo de discussão.
      Eu, Maria Susana Maurício, que não sou escritora nem poeta, mas que tenho um livro editado, tive o privilégio de várias passagens do meu livro serem lidas num local público, com o elogio de ALB.
      Fala das pequenas Editoras com desprezo total.
      Isso, com o devido respeito, não aceito! Antes de se pronunciar deveria conhecer a realidade de todas.
      A minha educação não me permite falar de outras editoras, limito-me assim à que estou ligada.
      Não tem a mínima ideia do é necessário acreditar num projecto, para se trabalhar horas a fio, por grande amor à camisola. Sim, amor à camisola... porque o faço/fazemos gratuitamente.
      Eu Maria Susana Maurício, tive igualmente o privilégio de ouvir de um responsável talvez da maior Editora em Portugal, pedir no que se refere à capa para dar os parabéns à Equipa de Design gráfico e de Marketing... pelo título e pela qualidade da capa. Isto foi dito sem ter aberto o livro. Ficou admirado. Eu... limitei-me a agradecer pois fui eu igualmente que escolhi o título e fiz a capa.
      É necessário ficar a trabalhar até às 4 ou 5 da manhã? Ficamos. Não temos fins de semana nem feriados? Não, não temos.
      Se é o sistema perfeito, e se é o que pretendemos alcançar? Não, não é! Temos tido uma grande e difícil caminhada... e muito caminho ainda para andar.
      Na Editora, temos um sonho sim. E, contra ventos e marés, vamos realizá-lo.
      Entre muitos bons autores desconhecidos, temos uma autora que se fosse editada no estrangeiro, seria com toda a certeza um best seller. E, irá ser... assim como outros.
      Não, não posso aceitar e desculpa Manu, ler o que li a denegrir as pequenas Editoras.
      Repito, falo pela a que estou ligada... e, pode crer que existem, muitas mas muitas obram, que provavelmente não irão ver a luz do dia por essas grandes Editoras que fala não os lerem. E se tal acontecer será uma perda.
      Se não sabe, fica a saber que as grandes Editoras estão em dificuldades... grandes dificuldades!
      Existem por livros editados por dia em Portugual... facto! Qual a percentagem de Autores Portugueses? A maioria dos Autores Portugueses que são editados por elas (grandes Editoras ou Editoras a sério como referiu), já têm nome conhecido, mesmo que noutra área, pelo que sabem à partida que vendem, mesmo que só pelo nome. Outros, têm todo o mérito sem qualquer dúvida.
      Sorri... um sorriso amarelo, ao pensar em todas as horas de trabalho feito com todo o entusiasmo, por existir um Sonho!
      Não desperdiçarei mais palavras, excepto que agradeço não venha corrigir as gralhas que encontre.
      Foi escrito, de coração e seguirá sem rever o que quer que seja. Pode julgar-me conforme lhe aprouver... garanto-lhe a mim, em nada me incomoda.
      Desculpa Manu, mas ao estar ligada a uma pequena Editora, ao saber o que se trabalha, o que damos de nós sabendo que não temos como objectivo lucro e que o fazemos de coração, não me deixa ficar indiferente.
      Maria Susana Maurício

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  23. Estes post's dizem sempre muito a quem sente na pele a revolta e a indignação de quem escreve. E, por variados motivos, vamos sempre dar ao mesmo ponto, o qual nos leva a estar em perfeita consonância e acordo.
    Há muito que acredito que esta conversa da arte, em larga maioria, não passa duma treta, dependendo unicamente do fabrico e exploração comercial de amigos e afilhados.
    Seja numa simples prova de vinhos, a um concurso literário, só dou algum crédito a provas cegas. Assim sendo, foi com grande entusiasmo e convicção que me candidatei ao 1º prémio Leya em 2008. Entre possíveis consagrados e crentes como eu, ultrapassámos as quatro centenas. Compreenderão a vaidade em que fiquei quando me avisaram por telefone que tinha sido um dos oito finalistas. Da alegria em que fiquei depois de prometerem que me iam publicar.
    Idiota fui eu em acreditar neste gente sem palavra, que foi deixando passar os meses sem adiantar nenhum contrato escrito sobre o que realmente pretendiam fazer. Bati com a porta, impus um prazo, e procurei outra editora. Aprendi a lição, é preciso ir ainda além duma prova cega. Temos que ter perfil de escritores e curriculum, e há alguns segredos, então não há! Até já conheço alguns, só que não dão com o meu feitio, por isso fico acomodado no meu cantinho.

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  24. E pronto!
    Cansada, mas elucidada.

    Beijinhos poeta amigo
    Antonieta

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